Um dia - My boom - Pescaria - Em que época você gostaria de ter vivido e por quê? - Outros assuntos.
Por que não reeditam as obras de P.G. Wodehouse? Seus canalhas!
Sim, é o v(3), n(41) da newsletter que chegou. Olha que ela nem tocou a campainha. A educação mandou lembranças…
Um dia - Enquanto penso no que escrever, sinto o frio do inverno chegando, atenuado pelo calor do sol que ultrapassa a janela, passa pelas minhas costas e termina à minha esquerda, no chão, esquentando alguns livros empilhados. Sim, eu deveria fazer algo a respeito.
Mais à esquerda, Gigi, a penúltima gata a chegar neste apartamento, acomodou-se em uma bolsa de viagem e descansa transmitindo-me aquela tranquilidade que só os gatos possuem.
Claro que, pela manhã, Gigi, Sofia e Maria costumam cumprir seus agitados rituais: alertar-me para a caixa de areia que precisa de algum cuidado, para a ração, que está no fim, ou para a próxima brincadeira (no caso da Maria, principalmente, que é a filhote).
Olhar para fotos de gatos não é como conviver com eles. Hoje em dia, pessoas acham que tudo se resume em fotos ou vídeos. Fotos são sempre boas para registrar eventos e criar recordações, mas não são tão boas como substitutas de textos.
Textos…estou devendo o final da leitura do livro do Dovlátov (já mencionado aqui, há um tempo) e tenho que começar os três novos de Douglas Adams que adquiri. Tudo a seu tempo, claro. Nada de ansiedade negativa. Afinal, o mundo não gira em torno do meu umbigo (e nem em torno do seu celular) e tenho muito o que fazer porque, a despeito dos avanços tecnológicos, dinheiro ainda não dá em árvores.
Gigi lambe sua pata e, vez por outra, abre os olhos. Acostumou-se com as estantes de livros à sua volta. Sobre o que pensa? Talvez, mas só talvez, que os meus ‘brinquedos’ sejam muito monótonos. Afinal, entre um livro e um peixe de pano amarrado a uma vareta, convenhamos, até eu sei qual é mais divertido (embora você não vá me ver por aí correndo atrás de um peixe destes).
O sol moveu-se um pouco. Seus raios seguem em sentindo anti-horário. Logo mais alcançarão os livros de Cálculo, que ficam na parte inferior das estantes. O tempo, nestes momentos, parece passar mais lentamente.
p.s. Após terminar o texto, fui me distrair com a televisão e outros afazeres. Voltei após uma hora e Gigi ainda dorme. Os raios do sol quase a alcançam agora. Os dias ficarão mais frios, eu sei. Posso lidar com isto. Sempre pude.
O seu Brasil, não o meu - Eis uma notícia imaginária engraçada.
Diz que não é?
My boom! - Um dos melhores perfis do Twitter, quando o tema é a língua japonesa, é o do Takashi…e ele tem um blog. Neste post, ele mostra algumas palavras que os japoneses criaram a partir do inglês. Um exemplo:
マイブーム (“my boom”)
Meaning: something that you are into these days
It is used to describe what you’ve been into these days. In Japanese, ブーム (“boom”) is used to describe hot trends or popular things, as in “baby boom” in English.
My boom, atualmente, é o Substack. ^_^
Inteligência Artificial - Sigo achando que o segredo é saber usar e não deixar-se usar pela inteligência artificial. O uso dela como auxiliar para iniciar um texto pode ser útil, mas pode, também, ser um reforço para o bloqueio de quem é tímido e necessita (ou deseja) desenvolver sua habilidade de escrever textos com sua cara e que sejam atrativos para outros leitores. Confira a seguir.
Pescaria - Geraldina Maupassaint (sim, este é o seu nome, não se lembra?), Adamastor (o fiel escudeiro de Geraldina), Juó Bananére, Aynitta e o Doutor Palhinha entraram em um bar que mais parecia um daqueles saloons de faroeste.
No balcão, Cleópatra limpava os copos enquanto tomava sua segunda dose da tão amada (por ela) cachaça de jambu. Ao piano, bem, ao piano, só o Sam mesmo. Afinal, não podemos deixar passar a chance de dizer play it again, Sam! Aliás, foi o que disse Geraldina Maupassaint, em tom arrogante, como se fosse a dona do local.
Aynitta, claro, não gostou do que ouviu e começou a brigar com a preguiçosa servidora pública, argumentando que Sam seria o dono de seu próprio destino e que ela não poderia coagi-lo-lo a tocar sabe-se-lá-o-quê assim, desta forma deselegante. A discussão parecia não ter mesmo fim, o que levou os demais a, sutilmente, mudarem de mesa.
Doutor Palhinha e Adamastor conversavam animadamente sobre investigações de crimes, enquanto Juó Bananére se divertia provocando Cleópatra com beliscôes aleatórios em seus braços. Claro que a moça ficou brava e quase fez Juó engolir um litro inteiro de cachaça de jambu. Percebendo que iria apenas deixar o ítalo-paulista mais animado, apenas lhe jogou um copo de água (junto com o copo), quase acertando sua careca.
Em algum momento, um papagaio entrou no saloon, o que só tornou a piada mais caótica e estranha. É, os personagens se divertiram, aproveitando as férias da newsletter. É época de festa junina! Divirta-se!
Em que época você gostaria de ter vivido e por quê? - Vi esta pergunta no primeiro ensaio de Douglas Adams no livro póstumo, O Salmão da Dúvida. Vi? Digo, li. Bom, para ler, preciso ver, já que ainda não fui consumido pela miopia e tenho óculos. Assim, vi e li. Ou só li. Lá vamos nós de novo…
Ou não.
Vamos parar com as divagações e pensar na pergunta. Em que época? Pensar nisto me consumiu mais tempo do que imaginava. Fiquei dividido entre a Inglaterra do início do século 20 e o Japão turbulento da era Meiji. Os motivos? A Inglaterra pela experiência de se viver no berço de Douglas Adams e do Monty Python, P.G. Wodehouse e outros. Acho que o humor britânico é algo que me agrada.
O Japão da era Meiji é mais pela curiosidade histórica e, claro, poder ver uma nação se modernizando rapidamente, ao mesmo tempo em que o cansado General Nogi comete um seppuku (ou harakiri, como queiram) seguindo o velho costume feudal. Envelhecesse por ali, ainda veria o - então jovem - Morihei Ueshiba, fundador do Aikidô.
Sim, são duas épocas fascinantes, mas outras também o são. Talvez o melhor seja eu me fazer esta pergunta aleatoriamente, de tempos em tempos. Vai que na próxima vez eu declaro um incondicional amor aos Estados Unidos da América do final do século 19, ali, no tempo dos romances de Rose Wilder Lane?
Escolas fechadas - Eu e o Ari publicamos um artigo sobre as perdas de renda que as crianças e adolescentes terão por conta das escolas fechadas no período da pandemia. Encontra-se aqui.
Picaretas - Estive, sábado último, em uma lanchonete de aspecto novo, no bairro Sion. Talvez eles se chamem de cervejaria ou algo assim, mais charmoso. Como não havia almoçado, pensei em dar uma chance ao estabelecimento.
Pedi uma cerveja artesanal - razoável - e uma porção de coxinhas. Tomava minha cerveja lentamente quando me chamou a atenção uma senhora com uma filha, duas mesas ao lado, que começou a se queixar com o garçom. O motivo: seu pedido não chegava. Obviamente, resolvi perguntar também.
Para minha decepção, o garçom começou dizendo que hoje não tem coxinha. Digo, ele poderia ter me avisado uns 30 minutos antes. Então, eu já me encontrava na segunda artesanal. O que me decepcionou? A falsidade de suas desculpas. Afinal, se a cozinha tinha problemas (como ele dizia para a vizinha de mesa), deveria ter me avisado. Usou de má fé para que eu ficasse lá consumindo cervejas.
Por mais que o local - cujo nome já não me lembro - seja simpático, a falta de profissionalismo me espantou. Uma cerveja boa é sempre um convite ao lazer. Contudo, a experiência completa - incluindo a honestidade - é que deixam um consumidor feliz. Não foi o que encontrei ali. Paciência.
Com este breve e triste relato, despeço-me. Desejo a você uma boa semana. A gente se encontra na próxima quarta-feira.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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