Ucrânia, Carnaval. Juó Bananére Sobre a Invasão Russa. Outros.
Não sei você, mas acho que este é o último ano da pandemia...
Eis o v(2) n(17) desta newsletter. Em ritmo de feriado, tentando arrancar algum sorriso do leitor que, aliás, terá parte de sua renda arrancada na forma do imposto mais impopular do país, o do leãozinho.
Gilgámesh - Depois do último número, terminei de ler o Gilgámesh, aquele que o abismo viu. Realmente há muitos temas atuais que lá já estavam. A humanidade reflete sobre si mesma desde o início dos tempos.
Ocorre-me que a situação atual da Ucrânia tem um Humbaba a ser derrotado por Gilgámesh e Enkídu, mas ainda não sabemos ao certo que atores mundiais poderiam representar Gilgámesh e Enkídu. Pela coragem demonstrada até o momento, creio que a sociedade ucraniana pode ser representada por um dos dois amigos. Mas, quem será o outro?
A propósito, este pessoal tentou reproduzir a cerveja mesopotâmica e, o melhor, é o nome das cervejas: GilgaMASH e EnkiBRU (em inglês soa incrivelmente bem, deixei em maiúsculas para facilitar para o leitor).
Juó Bananére e a Ucrânia - Nosso candidato é explícito: não curtiu a invasão da Ucrânia.
Lustríssimu inlettôre! Io nón approvo che u Buttin vá insgugliambá n’a Ukrân’ya. Eh! Porca miséria! Buttin, io vô pr’a Moscovo pr’a ti insiná una lezzione i abutáno os pingo nos ‘iii’. Vá comê garne de gaxorro, ingreguêro!
História Econômica e Big Data - Um ótimo resumo, escrito pelo Vincent Geloso, de um artigo interessante sobre a Revolução Industrial. O autor do artigo, Pierre Lack, testa uma hipótese que vem dos estudos de ‘Felicidade’ (Happiness) que estabelece que é frágil a relação entre crescimento econômico e felicidade.
Vincent Geloso explica.
The new paper in Historical Methods that I am mentioning here suggests that these many articles and books are correct. The author, Pierre Lack, takes all the 19th century pamphlets published in Britain and available online to analyze the vocabulary contained within them. Lack’s idea is to use the fact that books became immensely cheap (books were becoming more affordable through both falling prices and rising incomes — see table above) to evaluate emotional well-being by the words contained in them. What Lack finds is that there were no improvements in emotional well-being as proxied by the types of words in those pamphlets.
Não tive acesso ao artigo original, mas você pode encontrá-lo aqui. A queda dos custos para a pesquisa com big data já se traduz em pesquisas inovadoras há algum tempo. Nem mesmo a História Econômica escapa. Ainda bem.
Mais Ucrânia - Um interessante resumo da indústria de animação ucraniana aqui. E o Richard Hanania é uma leitura obrigatória quando o tema são relações internacionais. Claro, presença obrigatória em qualquer texto (sobre quase tudo) é o Scott Alexander que, aliás, comenta sobre o mercado de apostas sobre o conflito, vieses e inteligência.
Ditador patrimonial - Timur Kuran traz um conceito interessante: ditador patrimonialista.
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Economia Comportamental é ciência, não fé - Por isso nunca é bom entrar na onda da tietagem que muitos adotam com livros de divulgação científica. Dica do Leo Monasterio.
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Bartleby, o Escrivão - Uma dica do FiBoCa que li muito rapidamente. A minha edição é da José Olympio, com uma introdução do tal Borges que todo mundo gosta. A história do Bartebly parece quase um quadro de humor do pessoal do Monty Python.
Bom, eu não li Moby Dick, do mesmo autor, Herman Melville, mas posso dizer que já li algo do autor, ainda que não chegue a 100 páginas. ^_^
A lição do livro? Preferia não elaborá-la. ^_^ (bom humor, hein?)
Manual de Redação das Folhas - Nos anos 80 a Folha resolveu impulsionar suas assinaturas. Em uma das promoções, você ganhava (ou comprava a preço reduzido) o tal manual que, supostamente, guiava sua redação.
Hoje em dia, creio, as diversas folhas do país parecem seguir uma regra específica que é a de um maniqueísmo tosco. Trata do que Ravel chamou de obsessão antiamericana, título de seu livro que, por aqui foi editado em 2003 pela falecida editora da ‘UniverCidade’.
Observando as manifestações pró-Putin em redes sociais acerca da invasão russa da Ucrânia, pensei em um resumo de uma regra que, não assumida, parece estar na sombra de vários comentários de gente que, outrora, dizia que vidas importam ou que a paz mundial é importante.
A estratégia de argumentação não é tosca, mas vem ensaboada com um suposto pedido por prudência, uma espécie de veja bem, não é bem assim, muito comum em discussões do nosso dia-a-dia. Em si, nada de errado com ponderações.
Mas a mesma turma não consegue, por exemplo, aceitar um veja bem, mas a guerrilha do Araguaia era terrorista sem partir para o cancelamento ou mesmo a agressão física. Ainda assim, querem que se pondere sobre Putin. Ou seja, há uma esquerda autoritária bem viva e atuante nas redes sociais (embora pouco estudada).
Eis a regra.
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Não acho que me enganei.
Sou velho, mas nem tanto - Logo, não conhecia o Capitão 7. Pena que não seja fácil encontrar uma única gravação de algum episódio deste herói, versão nacional de Flash Gordon.
Carnaval que Finda e uma Breve Reflexão Didático-Pedagógica - Nunca fui fã de Carnaval, mas nunca defendi que as pessoas que gostam não pudessem comemorar. De todo modo, a pandemia segue atrasando alguns de nossos planos (não os de Putin, como se vê).
De minha parte, fico feliz de poder rever, ainda que por pouco tempo, minha afilhada que, agora, já conhece a escola e anda encantada com o que encontra por lá. Segundo me disse, o que mais gosta no local é que há uma parede em que se pode pintar.
Como meu sonho (este sim, impossível) é poder ensinar numa daquelas salas de aula de universidades norte-americanas, vejo que compartilho de um certo gosto com minha divertida afilhadinha.
Aliás, nos meus tempos de sala de aula, tínhamos os dias de prova e, com eles, as mensagens motivacionais (uma espécie de coaching gratuito).
Eis aqui uma exposição gratuita de minha inestimável arte. Algumas delas relacionadas às disciplinas que já lecionei. Imagine o que eu não faria em uma sala de aula norte-americana com aqueles quadros imensos…
Feliz final de Carnaval!
Por hoje é só, pessoal!
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