Escrever, Comer, Beber, Beber, Beber, Viver (não necessariamente nesta frequência, nem ordem).
A única newsletter a apoiar Juó Bananére para presidente deste Febeapá!
Eis o v(1), n(61) e eu acho que não agradeci ao assinante pela gentileza de, ocasionalmente, passar os olhos por estas correspondências que perturbam sua caixa de mensagens. Então, obrigado. Sua leitura é muito importante para nós. Aguarde na linha…
Canetas, Escrita e afins - Sou do tempo da datilografia. Fiz aula disto e tive duas máquinas de escrever, sendo uma delas portátil, destas que a gente carregava para alguns lugares…da casa.
A datilografia, alguns acreditam, perdeu-se na era dos computadores. Mas não é verdade. Digitar com alguma destreza é uma habilidade útil. Já vi muita gente falar da ‘catilografia’ e de como ‘catar letras’ no teclado atrasa seu trabalho.
Óbvio que ajuda muito se você sabe datilografar.
Mas há também uma amiga antiga que tenho tentado voltar a usar: a caneta. É verdade, por um lado, que minha caligrafia é terrível. Em algum momento, acho que com uns 15 ou 16 anos, minha letra cursiva estava tão feia que comecei a escrever com letras de forma. Poucos anos depois, minha letra de forma já parecia pior do que a minha letra cursiva.
Passei a dizer para todos que eu praticava uma espécie de arte, o shodou (書道). A arte da caligrafia japonesa é, para mim, a glória do garrancho. Afinal, não é fácil ler nada em japonês, ainda mais quando se usa esta caligrafia cursiva, por assim dizer.
Tenho aqui, à minha frente, inclusive, um dicionário com os ideogramas em três diferentes formatos (ou estilos) de caligrafia cursiva. É o 書道三体辞典 (Shodou Santai Jiten) )que comprei há alguns anos. Nunca pratiquei, mas quando escrevo em papel, sigo me auto-enganando que sou um mestre do shodou de nosso alfabeto.
Creio até que, em japonês, minha caligrafia é igualmente sofrível e isto me lembra das belíssimas cartas que minha avó paterna me escrevia quando iniciei meus estudos de língua japonesa. Nos anos 80 não havia internet e minha avó, para me estimular, enviava cartas em japonês. Sua letra cursiva? Lindíssima. Tenho várias delas guardadas.
Minhas respostas, claro, não iam em japonês cursivo. E meu vocabulário era bem reduzido (ainda é, embora eu tenha melhorado muito ao longo dos anos). As trocas de cartas com ela seriam impossíveis sem uma boa caneta (ou seu primo próximo, o lápis ou, o que era um luxo, a lapiseira).
Verdade que o computador e a digitação me salvaram de meus garranchos. Mas, confesso a vocês, eu tenho me esforçado para usar mais a caneta e os cadernos porque é lá que ainda posso melhorar meus garranchos ou me tornar um mestre do shodou. A esperança morre, mas é a última da fila, né?
![](https://substackcdn.com/image/fetch/w_1456,c_limit,f_auto,q_auto:good,fl_progressive:steep/https%3A%2F%2Fbucketeer-e05bbc84-baa3-437e-9518-adb32be77984.s3.amazonaws.com%2Fpublic%2Fimages%2Fadd6be8f-7415-4224-ae9f-bd74f7ce0016_1440x1080.jpeg)
Ah sim, Tarin Clanuwat (“tkasasagi”) é alguém que tem trabalhado em textos antigos japoneses cujas letras cursivas eram indecifráveis…até ela usar inteligência artificial (e tem até aplicativo, veja a seguir).
![Twitter avatar for @tkasasagi](https://substackcdn.com/image/twitter_name/w_96/tkasasagi.jpg)
Fanatismo? - Pedro Sette-Câmara com ótima reflexão sobre as discussões amalucadas que vemos por aí. Algumas, caso ninguém aja, podem até se transformar em políticas públicas baseadas em fragilíssimas evidências (que serão ardorosamente defendidas por gente muito esquisita).
As próprias «bolhas» não são bolhas de convicções; são bolhas de «viés de confirmação», em que pessoas se juntam para apedrejar sempre a mesma adúltera que as escandaliza, lembrando a imortal frase popular: «Eu posso até não saber por que estou batendo, mas ela sabe por que está apanhando.»
Leia mais aqui.
Dados - É por conta de coisas como estas…
…que eu, o Leo e o Pedro editamos o Guia Brasileiro de Análise de Dados. Pelo amor de Deus, gente. É só fazer o download e, claro, ler e entender. Custa apenas o seu tempo.
Como achar tempo (e motivação) para escrever - Ótimas dicas de uma ótima newsletter, a do Ted Gioia. As dicas são do irmão dele. Eu já disse algo por aqui sobre isto. Acho que era uma dica que o Alexandre Soares Silva tinha dado. Estas, do Dana Gioia, vão na mesma direção. Pegue um tempinho de seu dia e escreva. O importante é fazer isto todo dia. Eu gosto do início da manhã, por exemplo.
A esquerda americana e seus radicalismos - A esquerda brasileira importou o wokismo da esquerda norte-americana com entusiasmo ímpar. Contudo, o wokismo não parece ser uma boa solução para se combater a intolerância. Parece, muito mais, uma tentativa de calar algumas pessoas. Eis um exemplo, direto do ótimo Common Sense.
→ ISIS slavery survivor is canceled for having wrong enslaver: For anyone who sees the new radicalism as an American problem, look North. The Toronto District School Board pulled out of an event with a Yazidi survivor of ISIS sex slavery—the Nobel Prize Winner Nadia Murad—because it might “offend” Muslim students. Isn’t it more offensive to imply that Muslims would be offended?
Gente estranha, né? Acho até irônico (ok, sei que estou exagerando, mas…) que o país até tenha subido na última edição do ranking de liberdade de imprensa…
Fomos recomendados! - O Adalberto (escritor, colunista, autor de livros…que também está no(a) Substack) recomendou esta nossa pequena newsletter recentemente. Não sei você, mas eu, em seu lugar, assinaria rapidinho. ^_^
Campanha presidencial (de novo!) - Juó Bananére avança nas pesquisas? Veja seu programa político aqui. Em breve anunciarei seu ministério para já ir se acostumando. Só novidades. Já é praticamente um trending topic do Twitter (não é, mas sugiro o #juobananerepresidente) e isto que ele nem é muito conhecido. As articulações políticas nos bastidores estão intensas.
Aynitta - A segunda história de Aynitta, a cantora de sucesso, está aqui. Em andamento, a próxima.
Pois é. Ficamos por aqui. A gente se vê. Abraços!
Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico duas vezes por semana, geralmente às quartas e sábados. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00 + valor do seu tempo para apertar o botão subscribe com seu endereço de e-mail lá…) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.