Osamu Dazai, Juó Bananére, Tyler Cowen, Richard Hanania e Damião Experiença? (+ uma rápida pesquisa eleitoral e Space:1999)
Ficou um Clube do Bolinha esse número...
Sim, é o v(2), n(74) mesmo. Não é um pesadelo. Pelo menos, não para mim (eu acho).
O que o Cláudio Shikida anda lendo, meu Deus?! - Eu li o Declínio de um homem, de Osamu Dazai. Na página 103, diante de uma inquirição do amigo Horiki, Dazai reflete:
A sociedade não permitirá isso.
Não é a sociedade. É você quem não permitirá, não é verdade?
Se você fizer isso, a sociedade lhe dará uma lição.
Não é a sociedade, mas sim você, não é mesmo?
Quando menos esperar, você será ignorado pela sociedade.
Não é a sociedade. É você quem vai me ignorar, não é?
Dazai entendia bem que estes coletivos abstratos podem ter um papel descritivo, mas, não, não, nunca é a ‘sociedade’ que te ignora. No máximo, um punhado de pessoas (que talvez nem se conheçam). Dazai escolheu o suicídio (com sucesso, pela quarta vez, aos 39 anos) e não me parece que tenha culpado a sociedade por isto. Neste sentido, parece-me coerente.
Sobre o livro: sim, gostei muito. Até me vi lá em um trecho:
Uma das profecias de Takeichi se realizou; a outra, nem chegou perto de se efetivar. A de que as mulheres se apaixonariam por mim foi a que se tornou realidade; por outro lado, a auspiciosa profecia de que eu me tornaria um grande pintor caiu por terra. [p.85]
Obviamente, eu sou um péssimo desenhista e tenho sido alvo de assédio feminino a tal ponto que nem adianta ser falsamente modesto. Tem dias que até nem saio de casa porque as fãs me perseguem pelas ruas quando me reconhecem, causando-me grandes transtornos.
Ops, desculpe-me, leitor. Acordei. Dei uma cochilada enquanto comentava do livro do Osamu Dazai. Onde foi que parei mesmo? Oi, o que foi, Angelina? Não, não, volta pro Brad. Preciso escrever agora. Depois eu fico com você. Agora já esqueci do que estava falando. Devaneios…
Mais livros - Um livro menor, mas muito bonitinho (esteticamente) é o organizado por Lua B. Cyríaco, o Gatos: contos populares orientais. Falei sobre no último número desta newsletter, mas volto a ele (correndo o risco de ser um pouco repetitivo no início deste breve relato).
O interessante deste livro é que ele possui contos de gatos como amigos (5 contos), como malvados (9 contos) e uma seção mais genérica chamada ‘Outros Felinos’ (5 contos). Até acho curioso que se tenha esta assimetria a favor dos gatos ‘malvados’.
Mas é na última seção que encontrei dois contos interessantes. O primeiro, Um Odeia-Gatos, é curtinho e curioso, já que gatos são usados para que um recalcitrante sonegador de impostos mude de idéia (é, com acento mesmo, sou rebelde). Então, se imposto é roubo (como dizem alguns), o gato é cúmplice.
O segundo, Os Doze Signos, é um clássico da literatura oriental e explica como a origem do zodíaco chinês está ligada à questão clássica do porquê de gatos perseguirem ratos. Notei, em rápida pesquisa, que há versões ligeiramente diferentes mas, a do livro é idêntica à que meu falecido sogro me contou, há um tempo. Lembrar dele também foi um presente involuntário deste livro.
Pronto, agora prometo não falar mais deste livrinho.
Juó Bananére in campagnya - Eh, altro dia eu ‘stive no xoumíssio c’os curreligionare. Tutto elles i us inletôre dançavam por causa chi u carro ilétrico tigna cantôras impopulares! Vô mencioná apenas algunas dellas, por insempio: Danniella di Mercúrio, Yvete Santropê Gallo, Elbba Ramaglio i a banda Us Uriginais du Samba.
Tutto o populo ‘stava más contente chi intaliano em dia di reunión da famiglia na casa da nona. Molto impurtanto fui chi mio cumpadro, Luigi Marnoto, cantó uno samba chi illo mismo tenia feito. Eh! Che gostosura!
Não sabe quem foi Juó Bananére? Clique aqui e leia um pouquinho que cultura não cai do céu. ^_^
#juobananerepresidente
Aliás, participe de nossa pesquisa científica e não-viesada de opinião sobre as eleições.
Nova newsletter - ‘O Apanágio dos Néscios’ apareceu-me como indicação do Adalberto de Queiroz. Dei uma olhadinha e resolvi experimentar (e já recomendo porque gostei do que li).
13 de setembro de 1999 - Ontem, em 1999, foi quando a base lunar Alpha testemunhou seu trágico destino de se perder da Terra quando, por um acidente na Lua, o satélite se deslocou de nossa órbita para sempre. Pelo menos foi assim na série Space: 1999, que assisti ainda criança.
Produzida pelos gênios Gerry e Sylvia Anderson (ao menos na primeira das duas temporadas. Depois, só o Gerry), os mesmos dos sucessos Joe 90, Thunderbirds, Captain Scarlet, que encantaram a infância de muitos de nós.
A série de ficção estrelando Barbara Bain e Martin Landau (que também estiveram nas primeiras temporadas de Missão Impossível) era um charme só. A base, os uniformes e, claro, as naves espaciais, chamadas Águias, com um desenho diferente do usual eram o sonho de todo moleque (pelo menos era o meu).
Foram duas temporadas, bem distintas (o leitor interessado poderá encontrar detalhes por aí) mas, para mim, era tudo muito legal. Divirta-se com um pouco da série no vídeo abaixo.
Tyler Cowen e Richard Hanania - Não ouvi ainda, mas com estes dois, não tem como não ser uma conversa incrível.
Damião/Daminhão/Damminhão Experiença - Eu não conhecia - juro! - mas o Orlando Tosetto disse que foi um fenômeno dos anos 80. E o verbete da Wikipedia me mostrou um novo mundo (ou um novo planeta, o Lamma).
Mas Orlando, não satisfeito em apenas me falar do maluco, mostrou-me que o sujeito estava além do seu tempo, como se vê em duas de suas músicas.
Este filme de menos de 20 minutos, aliás, é uma das poucas entrevistas dele.
Este outro, descobri-o no verbete mencionado da Wikipedia.
E se você não leu o livro dele, Planeta Lamma, aqui está.
Humor Safadinho - Kovács é terrível. Clique para entender a piada que, aliás, é da Alta Cultura. ^_^
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Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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