Obituário - Ele voltou! - Democracia sem defensores - Bananére nas eleições municipais: Programma di Guberno - Um Forte Apache - Couraçado Espacial Yamato - Porto Artur.
Bukelelê tá doente, tá com a cabeça quebrada! Samba, samba, samba olêlê!
O v(4), n(42) foi escrito, principalmente, em dias tristes para o autor.
Obituário - Escrevo no sábado, um dia após a morte de duas pessoas. Um, que era um conhecido com o qual tive pouco, mas amistoso, contato; e outra, uma querida ex-professora (e ex-sogra).
Do meu colega, o professor Christopher, pouco posso dizer, exceto que meus contatos com ele na sala dos professores foram breves e cordiais. Muito presente na imprensa e nas redes sociais, sempre foi um simpático curtidor de minhas postagens. Tive poucas oportunidades de conhecê-lo melhor. Deixou muitos amigos que me são comuns. Morreu em época da vida na qual não se morre usualmente (não devia ter mais de uns 35 anos).
A sra. Sumiko Kajiwara (ou Kajihara) Kanashiro foi minha segunda professora de japonês. Eu não passava de um adolescente entusiasmado e cheio de vontade de aprender japonês nas manhãs de domingo que eram nossos únicos encontros semanais.
Sempre correta e disciplinada, a professora Kanashiro nos fazia estudar, creio que com uma mistura de livros. O básico, que estudei com a professora anterior e com ela também, eram os de uma tal “Aliança Brasil-Japão”, que eram bem básicos. Creio que eram quatro livros e ainda os tenho comigo.
Outros livros - que também tenho comigo - eram os que vinham diretamente do Japão e que me deixavam maluco: além de bonitos, de uma beleza singela, poética até, eram impenetráveis para o jovem que apenas havia terminado de memorizar os dois kana (os alfabéticos fonéticos: katakana e hiragana).
Anos depois, a professora viria a se tornar minha sogra e com ela estudei, já na escola que ela mesmo fundara, o Instituto de Cultura Oriental (ou ICO, ainda ativo) empreendendo fora do monopólio da associação japonesa local. Por ali tive a professora Jennifer e, depois, a professora Kaori com a qual segui em aulas particulares por um tempo.
O carinho e a generosidade da professora Sumiko deixam marcas que não se vão com o tempo. É o caso.
Ele voltou! - Assine logo a news d’O Estranho Capitão Rodrigo!
Democracia, sem defensores - O silêncio da centro-esquerda e da extrema-esquerda (que não gosta de ser chamada de extrema) diante do autoritarismo crescente mostra que não é nela que você terá defensores da democracia.
Bananére nas eleições municipais: Programma di Guberno - Lembrando do programa de governo de 2021 do nosso candidato Juó Bananére, eis que o mesmo se lança, agora, como candidato à prefeitura de sua cidade e tem uma mensagem.
Lustrissimo signante da niuslétta,
Io ‘stó di novo cuncurrendo p’ru cargu dus inletivu, só che, nesta pportunidadi, p’ra prêfeitu. U mio partito é u VELHO, mas tutto o mundo sabe disso. Io tegno umas proposta bunitigna p’ra presentá. Molto migliore che as dos figlios da máia da cuncorrência!
Inmobilidad d’urbanu.
Vamô dexá tutto o popullo andá de charrete. Vô promovê as charretofaixa prá dexá a citá molto menos polluída.
Insegurançça
A polizia vai largá us inscritório d’as delegacia e tutto ellos vão p’ras ruas. Griminoso non terá paiz. Che maravilha! Nada d’sbórnia!
Bandera
U inergúmmero no vá a mudá a bandera du município.
Votte tuttos na xapa ufficialli du Partido VELHO (VEGLIO) Avanti!
Suo griato.
Juó Bananére
Um Forte Apache - Era apenas uma criança solitária brincando com o Forte Apache que o tio havia comprado para as visitas do sobrinho. Soldados e índios se espalhavam pelo chão de tacos de madeira desgastados. Na sala de jantar, sobre a mesa, alguns pães de queijo e uma jarra de suco de tangerina completavam o cenário que, se pintado, bem poderia chamar-se “diversão na casa do tio”. De longe, nestas ocasiões, o tio lutava contra uma receita de bolachas doces e, de quando em vez, esticava o pescoço para espiar o sobrinho, zelando pela sua segurança.
Soldados e índios espalhavam-se pelo quarto improvisado como um escritório (o nome poderia ser proto-escritório), em uma batalha que, na mente do menino, era grandiosa, talvez a maior do Velho Oeste. A lendária conquista de algum território repleto de ouro. Ou apenas a última batalha do grande Chefe Touro Sentado. Ou, ainda, mais uma aventura do corajoso sargento Zeca (ou seria Joseph?), destaque do regimento da cavalaria montada que, a cada sonho infantil, presenteava-o com novas aventuras. Sim, a mente infantil, se bem cultivada, vence qualquer plataforma de streaming.
Não tendo primos ou amigos para brincar, o pequeno era o diretor, o produtor executivo, o roteirista, enfim, o Deus ex machina de toda aquela aventura. Os soldados e índios de plástico, monocromáticos, ganhavam, por meio de sua imaginação, cores variadas. Nem é preciso dizer que o mesmo acontecia com os cavalos que, aliás, eram belíssimos animais, ajudantes de ambos os lados nas intrépidas batalhas. Traições, alianças temporárias, tudo isto acontecia durante aquelas horas que passava na casa do tio, enquanto seus pais faziam suas compras do mês.
De vez em quando, chamava-o para lhe explicar alguma situação difícil da qual os mocinhos teriam que se safar e juntos pensavam em alguma solução para a batalha fictícia. Nestes momentos, o tio retornava à infância, recordando o tempo em que, ele mesmo, criava grandes aventuras com suas próprias tropas de mocinhos e bandidos. Ficava tão entretido que, não por uma única vez, quase deixou os pães de queijo passarem do ponto no forno.
Deste tempo em que tantas visitas fez ao tio, a cena que ficou em sua memória foi uma em que visualizava sua mão segurando um soldado do regimento enquanto o tio abria o portão do Forte Apache para mais uma missão nos territórios inóspitos do Velho Oeste.
Couraçado Espacial Yamato - Dia 06/10 foi o aniversário de lançamento da maior ópera espacial de todo o universo “anime”. Se não a maior, sem dúvida a melhor.
Porto Artur - Ni Hyaku San Kouchi (Monte 203) é um filme já antigo sobre a tomada de Porto Artur, na Guerra Russo-Japonesa de 1904. O tema final, de Sada Masashi (para nós, Masashi Sada), é muito bonito. Há anos que eu buscava o corte do final do filme.
O início do vídeo mostra o general Nogi, de joelhos, interrompendo seu relato de vitória ao imperador Meiji (Nogi perdeu seus filhos nesta guerra vencida, como todas, com muitas mortes). Um belo filme que, acho, já apareceu por aqui, em fitas VHS.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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