Frajolinha protagonista? - O bom aluno - Juó Bananére segue em campanha - Outros assuntos.
Papai Noel já está revisando a lista (e não é no Excel!)
O v(1), n(67) chega até você esperando que tudo esteja bem. Tive a curiosidade de olhar o calendário (coisa que não faço com a devida frequência) e vi que os dias de Natal acumulam-se no próximo final de semana. Então, embora eu não vá interromper o envio, farei o seguinte: uma na quarta-feira e, depois, volto na outra quarta.
O final de semana fica para que os leitores (assinantes ou não) saibam que estão todos nos meus pensamentos e orações de Natal, ok?
Sobre a valsa do reencontro - Subitamente percebi que não era eu o protagonista da valsa com Frajolinha. São momentos assim, de epifania, que me deixam perplexo. Porque, há um subconjunto dos momentos de epifania, o das obviedades, que nem sempre a gente percebe (embora isso me pareça irritantemente óbvio).
Pois foi assim: acordei e, naquela manhã, como sempre, muitas imagens de pensamentos diversos, vieram à minha mente (atenção: graças a alguns loucos, não se internam mais gente como eu, nem adianta tentar).
Um destes pensamentos não foi bem um ‘pensar sobre algo a ser feito’, mas uma lembrança. E a lembrança era da Frajolinha, no final de algum dia da semana passada, encarando-me enquanto eu entrava em um Uber (atenção, esta é uma propaganda gratuita).
Sempre pensei nesta específica lembrança como eu a deixando para trás, em cabal demonstração de que sou muito autocentrado (humanocêntricco?). E aí, bom, foi então que eu tive aquele ‘click’, o ‘satoshi’, ou o momento epifânico (escolha o que achar melhor. O cardápio está na mesa e o Houaiss pode te mostrar as opções do dia. Tempere com um pouco de liberdade poética…).
Dei-me conta de que era Frajolinha que me olhava, lamentando que, mais uma vez, eu não havia aceitado seu convite para ficar com ela por ali, no local de trabalho, na esbórnia.
Agora tudo estava claro, neste tempo foi Frajolinha quem escolhia a música. Não só isso, mas era ela quem me convidava para a valsa, chamava para um café etc. Sempre. Afinal…
…Os gatos são seres obstinados, disse o poeta Adalberto de Queiroz (primeira linha de seu poema Os gatos (I) em ‘Frágil Armação’, editora Caminhos, 2017). Não sendo eu um gato (a despeito do que dizem minhas fãs por todo o planeta!), mas sendo igualmente obstinado (e algo obsessivo-compulsivo, dirão alguns), prossegui em meu esforço pós-iluminação. O que fazer a partir da nova realidade percebida?
Veio à mente (agora iluminada!) que eu deveria revisar todos meus diálogos prévios com Frajolinha desde quando a conheci até hoje (ou ontem). Era meio que um dever editorial que eu tinha com ela. Obviamente, iria ser muito trabalhoso, mas em algum lugar a gente tem que começar. O passado precisava ser reinterpretado.
Fazendo um esforço adicional, puxei da memória um diálogo, em especial, ocorrido numa tarde, em uma terça-feira chuvosa de Maio de 2020 (ou seria uma sexta-feira seca do Abril de 2019?). Bem, talvez ele não seja tão especial, ou talvez eu não seja muito bom com datas.
Adotando o protagonismo de minha obstinada amiguinha, lembro-me dele, agora, tal como transcrevo a seguir.
‘- Claudio, veja bem, acho que a marcha nupcial de Lohengrin não cabe aqui…
- Frajolinha, toma aqui a ração. Boa menina…
- Você ouviu o que eu disse? Só pensa em comer? Tá, eu como, mas vamos discutir melhor essa coisa da valsa…
- Sim, muito bem. Amanhã vou te trazer mais…
- Tá, tá…pode me acariciar. Na nuca, por gentileza. Mas temos que falar sobre esta tal valsa. E vamos parar com esta ideia de karaokê à noite que isso aqui é local de trabalho, não casa da mãe Joana…’
É, faz até mais sentido. A protagonista é mesmo a Frajolinha. Sempre foi e sempre será. E talvez eu também o seja, em algumas ocasiões (sob sua permissão), mas esta é uma reflexão para outro dia.
O leitor percebe, assim, que esta reinterpretação é uma espécie de continuação daquele texto sobre Frajolinha de alguns dias. Minha amiguinha reivindica seu justo protagonismo em nossa pequena e afetuosa relação…
…ou isto tudo é apenas um momento de epifania imaginário inspirado no clássico de Souseki, Eu sou um Gato. Ou talvez eu tenha dormido, sonhado que era um gato e ainda não sei se acordei. Melhor não pensar muito nisto agora, miau?
Alunos - Eis uma bela reflexão sobre ser aluno.
Em um trecho, diz Sergio:
Ser aluno não é viver a mercê de seus mestres, mas buscar seu próprio caminho. Cristo passa da questão “quem os homens dizem que eu sou?” para a questão mais vital: “e vós, quem dizeis quem eu sou?”.
De fato, é o que sempre digo ao aluno: o professor é meramente um farol que lhe indica o caminho (o que já é um mérito e tanto, reconheço). Desnecessário dizer que há um processo complicado neste negócio todo porque um aluno universitário - falamos deste tipo de aluno, ok? - nem sempre chega ao curso com aquela maturidade mínima de saber o que deseja.
Muitas vezes, portanto, ele reclama das aulas não porque o conteúdo esteja sendo mal transmitido, mas porque apenas não gosta da disciplina. Ao longo dos primeiros semestres é que - caso se esforce genuinamente - perceberá se aquele curso é ou não algo que pode lhe trazer alguma alegria e retorno profissional.
Fácil não é, evidentemente. Mas se a atitude do aluno for a de alguém que busca, sinceramente, aprender para apreender conhecimento para si, a jornada fica consideravelmente menos difícil.
Juó Bananére segue em alta com o eleitorado - Pesquisas mostram que nosso candidato está na frente. Veja este novo relato de sua campanha que nos foi enviado pelo melhor candidato que o Brasil poderia ter neste momento, claro, Juó Bananére.
Altrodi, Io stavo indo u gaffé n’a mia campagna cuando o presidentimu Têmere vignó p’ra mim i aparló:
‘- Eh! Insodaçós, Juó!
- Eh! Bon giorno, signore Têmere!
- Como está oggi u amigo barbiere i candidatumu?
- Ah, tutto stá molto bene, Têmere.
- Tene chi mantê isto aí, Bananére.
- Ficá tutto come stá?
- Sí!
- É chi o acenario puliticco foi manjare una pizza in gompania di uns inletôre chi adoram schopp i aóra ‘stão tuttos di ressaca.
- Intó tene chi dá ingóv pru acenario puliticco, Bananére!
- Io fiz isto inda gorigna.
- Molto bene! Vô vutá nu amigo prá presidentimu! Eh! Viva Bananére!
- Eh! Obrigado, signore Têmere! Aóra, ô vai o raxa!
- Saudazziones, Bananére!
- Saudazziones, signore Têmere!
…
Fui intó fazê u lanxi na padaria d’Ulisse Gambona. Tive uma ideia gotuba! Pedi un Méchi con frittas grandi pr’a ello. Má o Ulisse só fazia contá os aramo nu caixa. Ilo mandó a Roberta Burabatsu trazê o Méchi. A Roberta carmamente xigó n’Ulisse e guspiu na cara delli i pigó di gritá chi nón ia trazê Méchi cosa ninguna.
Intó, io, candidatumo chi so, intindidu das dipromáccia e das impizigologgia, disse pr’a ellis:
- Eh! Eh! Invéis di brigá, vamu tomá un gelatto d’a padaria! Io pago!
- Eh! Ebbé, Bananére, io toppo!
- Io també!
I dista maniéra vurtô a páiz otraveis entre us inlettore i acurreliggionári. Ulisse Gambona i Roberta Burabatsu ficaró tutto allegri i falaró chi avotam nu Bananére Presidentimu!
Eh! Chi belleza!
#juobananerepresidente
p.s. A propósito, a campanha investiu R$ 20.00 no FiBoCa e conseguiu que o trio dissesse Juó Bananére presidente (em 2:05:01). Este pessoal do FiBoCa tem sido uma ótima fonte para novas leituras (e o programa tem um formato bem divertido).
Charter Cities (Governança Radical) - A Toyota já começou a construção de sua Woven City. Um laboratório para testes de novas tecnologias. Mais detalhes neste vídeo. O governo japonês não é o responsável pelo projeto. Ou seja, há uma chance de dar certo.
Não me entenda mal, o suporte do governo é importante, mas não como criador da cidade. Fornecendo um aparato regulatório flexível para que a cidade possa testar tecnologias, o governo atrapalha menos do que o usual.
Cancelamentos - O fascismo do cancelamento aparece de forma cristalina em uma das respostas a um tweet de Wesley Yang. Segue o caso irônico do sujeito que tinha uma ONG dedicada a combater a desigualdade mas que…
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Jorge Caldeira e William Summerhill - Foi uma conversa incrível. Acabei participando um pouco, em comentários.
Peter Boettke, pandemia e economia - A palestra do prof. Boettke, no mesmo Fórum Mackenzie de Liberdade Econômica foi muito boa também.
Aliás, esta edição do Fórum foi muito gratificante para mim. Tive doutorandos e uma graduanda apresentando artigos por lá. Já que falamos de alunos, creio que vale registrar, né?
Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico duas vezes por semana, geralmente às quartas e sábados. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00 + valor do seu tempo para apertar o botão subscribe com seu endereço de e-mail lá…) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.