Edição extraordinária: pelo fim do embargo à fusão gastronômica!
Diga não ao embargo auto-imposto à fusão de diferentes tradições culinárias!
Esta é uma edição extraordinária! A edição regular vem no sábado, ok? O motivo desta edição é chamar sua atenção para embargos que cada um de nós, sozinho, pode facilmente derrubar. Começo pelo print a seguir.
Ok, prof. Kuran é um dos economistas que mais gosto de ler1. A despeito disto, este seu tuíte é uma alerta importante para nós. Em tradução quase-livre, ele diz: Ao longo do último meio do século, muitas das maiores inovações culinárias vieram de fusões - culinárias compostas que uniram múltiplas tradições. Por que tal ‘apropriação cultural’ seria ofensiva? Deveria é ser celebrada, não denegrida ou desencorajada.
Bom, meu inglês não é tão bom, mas a tradução tá razoável, não? Kuran teve um insight sensacional. A gastronomia (ou a culinária) moderna é uma fusão de várias tradições.
Impor barreiras à fusão de tradições culinárias é um embargo auto-imposto à sua criatividade. Abrir a mente para novas possibilidades de receitas é o equivalente à abertura econômica de um país, só que em micro-escala. É receber o impacto cultural de diferentes temperos e ingredientes em sua fértil imaginação2. Um mundo com a culinária local e novas fusões é mais interessante, não tenho dúvida3.
O embargo à criatividade humana é uma barreira desnecessária, empobrecedora, mesquinha mesmo. Deixa o sujeito misturar panqueca com morango, gente! Quem não quiser, não é obrigado a voltar ao restaurante, né?
Este embargo é um que você, sozinho, eu sei, consegue derrotar. Então…diga não ao embargo auto-imposto do bairrismo gastronômico! Ainda há tempo! Soem as trombetas! Às armas, senhoras e senhores! Defendam o direito sagrado da humanidade de criar suas próprias receitas!
Voltamos no sábado. Até lá!
De fato, eu o mencionei em um dos primeiros números desta newsletter.
Eu mesmo não sou lá muito fã de udon com blend tailandês, mas - e aqui é um grande MAS - acho super legal que pessoas criem seus próprios pratos.
Claro que o importante é não ser intolerante. Deixa o tio do churrasco gaúcho fazer o churrasco gaúcho e deixa o tio da fusão-pós-moderna fazer o sei-lá-o-nome-do-prato dele! Não seja chato! Não quer comer, não come (é liberdade de escolha que chama, tá?).