Diane Green e o Vale das Esmeraldas - Badé - O Lobão voltou! - Adeus, Big Media brasileira - Inteligência Artificial
O caminho do guerreiro é tortuoso, cheio de percalços e, não raramente, encontra-se, bem no meio dele, um prato cheio de apetitosos torresmos dando sopa.
Mais uma! Agora é o v(4), n(32) que chega chutando o pau da barraca e impondo sua vitória nas eleições (venezuelanas?) a despeito dos votos. Ou seja, do jeitinho que o brasileiro gosta e quem discorda de mim é fascista.
Diane Green e o Vale das Esmeraldas - Versão brasileira, A.I.C. São Paulo. Ou não. O que importa é que a história já vai começar. Seja, pois, educado e desligue o celular ou o coloque em modo silencioso. Afinal, é mais uma Superaventura.
…
Cheguei cedo no bairro Pinheiros, preocupado com a espionagem inimiga, que faria de tudo para descobrir sobre o Vale das Esmeraldas antes de nós. As instruções eram claras: eu deveria esperar por Diane Green, agente secreta do Vaticano (é, eles têm uma agência secreta, pelo menos neste conto), que iria me ajudar a salvar o Ocidente (e o Oriente) das garras daqueles facínoras.
O café não tinha um Sam tocando piano. Na verdade, nem piano tinha. Somente algumas pessoas, os garçons e eu. Fiz questão de me sentar à mesa mais próxima do belo gradil decorado com plantas. Em caso de fuga, seria apenas o caso de pulá-lo e dar no pé com sebo nas canelas (ou com uma das duas expressões).
Para disfarçar, pedi um suco de alguma fruta, acho que de melão. Já não me lembro. O tempo estava bom. Apesar do sol, a temperatura era agradável e não havia vento. Só ouvia a música ambiente vinda de uma caixa de som colocada próxima ao telhado e as conversas dos clientes.
Pensei em fumar um charuto, mas não havia comprado um e nem tinha uma caixa de fósforos ou um isqueiro comigo. Percebi que meu pensamento era tão estúpido quanto pensar em dar uma volta na Lua e voltar ou esperar por um discurso presidencial enfatizando o corte de gastos públicos e o fim da sanha taxista (ou taxadora) que víamos há semanas pela imprensa oficial (e pela marrom). De minha boca saiu uma fumaça imaginária do charuto que nunca foi. Sorri.
Perdido em meus pensamentos quase não percebi a chegada de Diane Green que, ao me ver, resolveu se certificar com a senha mais secreta possível.
“- Bom dia, Shikida.
- Bom dia, Diane”.
Depois ela fez um sinal com os dedos que parecia um daqueles cumprimentos maçônicos, ou do pessoal supremacista branco. Ou talvez fosse só um daqueles movimentos que os ninjas fazem com as mãos e que ninguém entende para que servem…mas eu entendi. Pareceu-me um ‘joinha’ e, como tal, respondi com outro ‘joinha’. Jóias…
Devidamente instalada, Diane começou a me contar sobre seu dia, a vida, o universo e tudo o mais. Com pouco tempo comecei a intervir e trocamos informações sobre nossas vidas atribuladas (a dela, claro, mais do que a minha, que anda até calma demais em alguns aspectos bons e agitadíssima em outros). Mencionamos vários chefões das respectivas agências, amigos espiões, 86, 99, Mata Hari e Moneypenny.
Estávamos animados quando o garçom voltou e trouxe os cardápios.
“- Aqui está a pista!
- Sério, Diane?
- Olha aí, no cardápio, aí em cima, ó.
- Hum…abaca…
- Shhhh. Fala baixo. Podem nos ouvir.”
Ali estava uma foto maravilhosa. Uma torrada com ovos mexidos, algum bacon e um abacate fatiado. Entreolhamo-nos encantados. Ali estava o segredo das esmeraldas. As instruções haviam sido claras: espere a fome bater e veja o cardápio. Pois é. Pedimos um para cada…e dois cafés. Coados.
Enquanto o garçom cuidava de nosso pedido, trocamos mais informações secretíssimas sobre altas autoridades do mundo político, das finanças e até sobre raças de cães. Diane nunca me decepciona. O assunto rendia e eu buscava guardar tudo em minha mente treinada para não ceder nem sob a pior tortura chinesa que já existiu, que existe ou que ainda existirá!
Eu podia ver a rua, pouco movimentada de pessoas ou automóveis por trás de Diane e pensava em como todo aquele bairro se transformara nos últimos 30 anos. Será que espiões tomavam café por ali no final dos anos 90? Ou a economia fechada do Brasil dificultava até a vinda dos espiões? E o que dizer do transporte? Agora podíamos ir e vir com carros dos aplicativos (um deles, ironicamente, chamado de “99”). E a internet?
Diane me cutucou.
“- Ei, Shikida, tá viajando de novo, né?
- Opa, é mesmo. Desculpe-me!
- Lembre-se…não podemos deixar nada sair daqui…
- E as esmeraldas?
- Quieto! Seu bocudo! Você sempre se distrai…
- Eu sei, eu sei…”.
Interrompidos pelo sorridente garçom e com a chegada das torradas e os cafés, fizemos cara de paisagem, como se falássemos de frivolidades. É sempre importante não levantar suspeitas, né?
Por isto foi difícil disfarçar, pois, quando vi aquele abacate verdinho senti até uma imensa felicidade infantil, como se estivesse diante de um Forte Apache em pleno Dia das Crianças. Aquela verdura toda do belíssimo abacate me arrebatou o coração!
“- Você precisa comer!
- Ah, sim, claro.”
Diane começou e eu a segui. Lá pelas tantas, quase no final, encontramos, cada qual, uma esmeralda nos respectivos pratos.
“- Achei que ia ser um quindim…
- Shikida, não começa…”.
Findamos os cafés e seguimos o restante do plano: caminhar até o esconderijo de Diane segurando as respectivas esmeraldas. O tempo todo eu me virava para ver se nos seguiam. Sou meio novo neste negócio de espião, sabe, leitor? Como a manhã já havia avançado, já podíamos ver mais pessoas nas ruas. Até por uma relativamente agitada feira passamos. A tensão de segurar as esmeraldas era imensa, mas conseguimos.
Quando chegamos ao esconderijo, sabia que era a hora de nos despedir.
“- Diane, até aqui dividimos o fardo desta importante missão. Agora, as esmeraldas ficam com você.
- Eu sei, eu sei. Discretamente, vai. Passa ela aí.”
Assim, como no famoso jogo infantil do passar anel, deixei com ela a minha esmeralda. Era a hora da despedida pois, como sabemos nós, espiões, o que é bom dura pouco. Chamei o meu carro e conversamos como dois não-espiões (já não sei mais como distinguir entre as conversas…). Avistamos o carro e nos abraçamos.
“- Fique bem.
- Fique bem você.
- Não, você.
- Não, você.
- Shikida, pára com isso!
- Ok, ok.”
Entrei no carro e olhei para trás para ver se Diane estava em segurança. Foi quando percebi que havia uma aura verde em torno dela (não, não era césio, engraçadinho!). Sim, Diane era, no fim das contas, a mais valiosa das esmeraldas. Novamente dei uma tragada no meu charuto e coloquei meus óculos escuros, ambos, como já sabe, imaginários. Sorri sozinho e segui viagem.
Badé - Badé me entregou aqui. Ele e o Polzonoff foram os melhores momentos de minha breve estada em Curitiba. Aliás, inicialmente, eu fui para lá apenas para dar um abraço no Polzonoff, mas, quando soube que tinha mais amigos na bela cidade (além das araucárias, sempre tão bonitas…), fiquei mais feliz. O Badé foi muito legal em me levar a um boteco raiz (já falei de ambos aqui).
O Lobão voltou! - Quem me conhece sabe que torço para mais de um time de futebol (nunca consegui torcer para mais de dois, mas agora torço..incluí o Juventus, da Mooca, na minha lista). Um deles, o Esporte Clube Pelotas, por conta de minha breve estadia na cidade. Em 2018 eu vi o time voltar para a 1a divisão do Gauchão vencendo o colorado de Santa Maria e, no último domingo, novamente o time volta vencendo o mesmíssimo colorado. O Lobão voltou!
Adeus, Big Media brasileira - A maior rede brasileira da mídia transformou-se em tudo o que ela dizia combater. O maniqueísmo e a manipulação dos fatos para, ora dizer que Maduro é ‘bolsonarista’ (oi?), ora que é um ‘democrata’ é digna de um destes processos que dizem ser importantes porque alguém ‘divulga ‘fake’ news’. Claro que o Itamaraty não se ajuda, né? Só sei que, para mim, deu.
p.s. a small media também não fica para trás no que diz respeito a falsificar a história.
p.s.2. É patético o anúncio oficial do quantitativo de votos feito pela ditadura venezuelana.
Inteligência Artificial - Ronald tem algo a dizer sobre o tema. Leia no Portal iMulher!
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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Valeu, Shikida! Em breve, quero conhecer o bairro do Cruzeiro, haha! Abraço!