Dê-me apenas uma estrelinha. Copa do Mundo, Bolões e outros.
Eu nunca me esquecerei de vocês (frase meramente ilustrativa. Doenças podem alterar o resultado. Pilhas vendidas separadamente)
Estamos de volta com o v(2), n(95) desta newsletter. Com a Black Friday, a assinatura que já é de R$ 0.00 está pela metade do preço. Também está na metade do dobro e, paradoxalmente, todos estão felizes.
Dê-me apenas uma estrelinha - Foram anos dedicados ao que mais gostava: ensinar. Não podia entrar em uma sala de aula sem se sentir feliz. Sim, viu de tudo na sala de aula (o que se faz na sala de aula não necessariamente fica na sala de aula): alunos bons, alunos ruins, respeito, desrespeito, vontade de aprender, apatia, até roubo viu, certa vez.
Diligentemente, seguia o manual do bom professor: (1) prepare suas aulas em casa, com afinco; (2) escreva no quadro, use slides, (3) faça exercícios em sala; (4) instigue a curiosidade (ela ainda existe em algum aluno, eu sei) dos alunos com desafios; (5) aplique provas e corrija-as com imparcialidade; (6) comece tudo de novo.
Sabia que este roteiro era o básico. Hoje em dia, claro, algum engraçadinho daria o nome de jornada do professor, colocaria uns penduricalhos coloridos e o venderia em plataformas digitais. Ele sempre soube disto e nunca se importou porque amava o que fazia.
Anos a fio lecionou. Foi uma caminhada longa, cheia de percalços, mas ele sempre se levantava mais forte e suas cicatrizes se curavam no calor de novas batalhas. Fez amizades com alguns colegas, também professores, e alguns alunos. Estava feliz, sem exageros. Não era de euforia porque, bem, não sei ao certo. Acho que sofria de algum tipo de doença. Vai saber.
Alcançou uma fase da vida em que muitos preferem descansar. Ele não podia. Contas precisavam ser pagas e não nascera em berço de ouro. Como não se casou, tinha que se sustentar sem ajuda. A irmã e os pais já haviam deixado este mundo, o que o tornava o último membro vivo da família.
“- Dê-me apenas uma estrelinha, e eu a farei brilhar.”, era uma frase que repetia todas as manhãs. Era uma espécie de mantra que repetia para si mesmo, mentalmente, quando jovem. Ao longo dos anos, apesar de seu entusiasmo, tinha que fazer um esforço maior para que as estrelas que lhe davam brilhassem.
Ajudou na formação de vários alunos, na melhoria da qualidade de aulas de alguns colegas e até mesmo nas mudanças curriculares que sempre aconteciam na faculdade. Ensinou até o fim. Um belo dia, em meio a uma aula noturna, sentiu um desconforto no peito. Lecionou até que a campainha anunciasse o final do horário, sentou-se e desabou. Seu rosto repousou sobre o livro-texto.
Do lado de fora da janela, o céu estava estrelado, mas, desta vez, foram elas que o fizeram brilhar, ensinando-lhe seu novo e definitivo caminho para a felicidade.
Copa - Iria assistir ao jogo do Brasil sozinho. Para minha sorte, fui convidado para uma confraternização com uma turminha do barulho em um bar (aberto, bem ventilado, até com chuva). Na falta das artesanais da casa, fomos de Original (um clássico, não?) e pudemos assistir à bela vitória do escrete nacional diante dos sérvios. Como disse alguém, o restante da ex-Iugoslávia deve ter comemorado junto…
A vitória do Japão sobre a Alemanha? Uma inesperada alegria (embora me prejudicando no bolão…). Quem sabe os samurais azuis não embalam e chegam às semifinais? Gostaria muito de acreditar nisto…
Survey - Buscando uma identidade.
Bolão - Estou em um bolão de sete pessoas oriundas de um grupo secreto do uátzápi (não ninguém lá pede intervenção militar, nem prega a revolução socialista). Sete pessoas que, se entendem de futebol, estão nas respectivas profissões por absoluta falta de noção.
Tenho me mantido entre os quatro primeiros do Bolão, mas, olha, tem um cara que está em primeiro tal como o Cruzeiro esteve, ano passado, muito à frente do segundo colocado. Devo cair em uma semana.
Cansado - Uma antiga colega de colégio disse-me, outro dia que: quando se chega aos 50, a gente cansa de tudo. É verdade. Faz-se muito para que a fase final da vida - a que se aproxima - seja melhor, mas fatores alheios à nossa vontade nem sempre ajudam.
É inevitável que se canse mesmo. Alguns, na tentativa de nos animar, dizem que os 50 são os novos 30, mas a verdade é que não acreditam sinceramente nisto. Eu bem que gostaria, mas percebo que a sinceridade não prevalece sobre a piedade quando a frase sai da boca dos interlocutores. As boas intenções, estas eu agradeço, claro.
Ei sei, vinhos ficam melhores com o tempo. Talvez alguma sabedoria eu tenha adquirido mesmo ao longo dos anos (torcendo para que a demência não me pegue, mas a idade…). Talvez alguma família eu tenha construído. Certamente uma história o foi. A palavra da moda, ‘legado’, sim, todo mundo deixa um (embora seu valor se aproxime de zero rapidamente com o passar do tempo, arrisco dizer).
Não é um estatuto idiota que fará com que os mais velhos sejam respeitados. Leis no papel, qualquer criança sabe, não significam nada. Importam mesmo as ações das pessoas (e, digo mais, leis no Brasil nem me parecem tão estáveis assim) e o brasileiro médio, claro, tem algum respeito pelos mais velhos. Vê-se isso no dia-a-dia, a despeito de um certo desleixo dos mais jovens (pode ser impressão minha, claro).
O cansaço está aí, junto com a deterioração física inevitável. A natureza, afinal, ainda é implacável com todos nós, habitantes do planeta. Salve-se quem puder (e quiser).
Comemore comigo! - Avisei no número anterior, mas repito, com novas informações.
O link para a inscrição é este. Já o da transmissão digital do evento - haverá, como disse antes, transmissão ao vivo - é este.
Evento no domingo? Temos também - Falando em eventos, caso você esteja passando por São Paulo, capital, não deixe de conferir este sensacional evento das províncias do norte-nordeste do Japão. Será na sede da Associação Hokkaido, amanhã, dia 27 de novembro.
Contemplem a tecnologia - Não chore porque sua vida está difícil. Ela sempre é difícil. Como você quer enfrentá-la é uma escolha (não, não adianta jogar a culpa na ‘sociedade’, no ‘capitalismo’, etc., é sua escolha mesmo, dadas as restrições…vai fazer o melhor possível para você mesmo ou não?).
A moça do vídeo a seguir, aliás, já escolheu.
E que fiquem todos bem!
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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