Eis o v(1), n(50). Bodas de ouro! Eu e a newsletter estamos junto há mais tempo que muito casal. Bem verdade que os números desta newsletter não se publicam anualmente mas, o que me importa? Perco o amigo mas não perco a piada.
Eu gostaria de preparar algo especial, mas devido a motivos diversos, muito provavelmente não estarei próximo a um computador no dia em que você receber o quinquagésimo número. A antecedência, portanto, tira um pouco do ineditismo e me obriga a um texto mais, digamos assim, atemporal.
Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico duas vezes por semana, geralmente às quartas e sábados. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.
Sobre os 50 primeiros números e US - Nunca é fácil escrever algo nestes marcos. Agradecer ao assinante? Claro. Sem ele, isto aqui ficaria menos engraçado. Minha esperança contínua é que os textos daqui ajudem o leitor de algum modo.
Para mim, é um exercício de (manutenção da minha) sanidade e de aprimoramento. Para o leitor, não sei. Paciência? Atenção? Há quem curta, por educação, mas não leia. Há quem leia, mas não comente. Há quem só veja o título. Enfim, a diversidade é uma realidade. O que eu acho? Cada um merece meu agradecimento sincero.
A Substack tem um papel essencial nesta monotonia que se tornou a internet. Nós, que viemos do tempo do Netscape, AltaVista, Geocities etc, vimos o mundo ficar chato, plano mesmo, com as ‘redes sociais’. Perdeu-se a dimensão do humor, do riso fácil e, alguns dirão, da cortesia.
Quando a busca por material interessante (fora, claro, da minha área de trabalho) resulta, paradoxalmente, diante de tantas informações, em nada, você começa a se perguntar sobre o custo e o benefício de se conectar ao mundo.
Alguns de nós foram brigar no Twitter. Outros se desiludiram. Outros, ainda, tentam fazer algo de bom no tal Instagram. Outros, ainda, acham divertido colocar fotos de crachás no Linkedin (comemorando o ingresso ou despedindo-se da firma).
Para mim havia apenas a nostalgia do tempo da antiga blogosfera (blogosphere). O Universo Substack, como chamo, ou US, na falta de um nome melhor (mas o acrônimo que inventei até que ficou bom), é promissor. É bom poder escrever textos mais longos, livre daquela poluição visual dos outros portais.
Em particular, a gentileza dos antigos blogueiros é algo que também vejo retornar no US. Sim, retorna a despeito de tudo e de todos. Voltei a ver pessoas divulgarem outras porque, simplesmente gostam de seus textos. O US promete. Certamente algo dará errado porque o que é bom não dura para sempre.
Ainda assim, a internet se tornou um lugar um pouco ‘menos pior’ agora. Graças ao US, digo, aos autores e seus assinantes.
Pessoas que também queríamos ter visto em passeios espaciais - Leslie Nielsen (pelo clássico ‘Forbidden Planet'), Guy Williams (o famoso Dr Robinson de 'Perdidos no espaço’). De certo modo, eles já passeiam por lá. Por outro lado, Sigourney Weaver ('Alien') ainda tem tempo.
Humor turco - Eis uma piadinha turca para vocês.
Nasreddin Hodja, herói do riso turco, está sentado no café da aldeia. Alguns vizinhos vêm procurá-lo e dizer-lhe:
‘A tua sogra caiu ao rio. Não há maneira de se encontrar!"‘
Todos procuravam, é claro, no sentido da corrente. Nasreddin põe-se a procurar no sentido contrário. Fazem-lho notar:
‘Vê-se bem que conheceis mal a minha sogra - diz ele -, com seu mau gênio foi muito capaz de se deixar ir contra a corrente!’ [A Volta ao Mundo do Riso, p. 206]
Gostou? Aposto que sua sogra também riu.
Venda em Pacote - Exemplo clássico das aulas de Organização Industrial é a prática da ‘venda em pacotes’. Quem não se lembra dos antigos cinemas (puxa, estou velho) que tinham programações duplas com dois filmes? Geralmente era um de Kung Fu e outro…pornográfico.
Os manuais introdutórios de Microeconomia sempre discutem as possibilidades destes pacotes (e a política antitruste brasileira, salvo engano, proíbe alguns deles). Em A Cerveja e a Cidade do Rio de Janeiro, Teresa Cristina de Novaes Marques, se não estou enganado, há um exemplo de venda em pacotes (o leitor me perdoe se eu estiver enganado, mas, ainda assim, é um ótimo livro).
Quando eu achava que já havia visto de tudo sobre pacotes, eis que um pacote, literalmente falando, surgiu na Twittosfera e, prontamente, virou meu presente mais desejado e nunca obtido aos 6 anos de idade.
Desigualdade e a Economia Política - Bryan Caplan resume um interessante estudo publicado no NBER sobre a percepção que os indivíduos têm da desigualdade de suas sociedades.
Inflação nas páginas da RSP - Achei dois trabalhos (não é, certamente, uma resenha exaustiva) nos anos 60. Certo é que a RSP (Revista do Serviço Público) não era uma revista de economia, mas, vez por outra, acha-se alguns textos interessantes por lá.
O Submarino dos Confederados - Já que falamos de submarinos recentemente, vale mencionar aqui este (salvo engano, já foi peça de roteiro de algum filme…).
Por hoje é só, pessoal. Até nosso próximo encontro, tudo de bom.