Barão de Münchhausen para Presidente!
Juó Bananére enfrentará um adversário forte nas eleições...
O v(2), n(28) fica um pouco menor hoje porque a semana está muito agitada. Prometo trabalhar melhor para compensar na edição de sábado.
Barão de Münchhausen - Por algum motivo que desconheço, ocorreu-me que um bom adversário para Juó Bananére na corrida presidencial seria o Barão de Münchhausen. Aleatoriamente, o nome me veio à mente. Talvez seja bom eu diminuir minha dosagem matinal de café…
Consigo conceber Bananére xingando Münchhausen de birbante1.
Que coisa mais linda! - A dica foi do @RealUrso (lá do Twitter). Foi um seminário sobre o ensino de Economia cujos artigos foram publicados na Revista Brasileira de Economia. Veja só que imagem!
A foto acima pode ser comparada com o que se vê hoje, nas escolas de Economia. Há uma clara evolução e simplificação. Por exemplo, ninguém lê Samuelson, Dorfman e Solow, pois existem bons capítulos em livros de matemática para economistas sobre programação linear. Acho muito legal poder perceber as preocupações de uma época em que doutores em Economia eram bem mais escassos no país.
A propósito, eu adorava estudar pelo Economic Dynamics, do Baumol. Meu sonho continua sendo achar um bom exemplar, usado, à venda por um preço aceitável (para mim). O da biblioteca eu manuseava com muito carinho. Tinha uma capa dura original e a encadernação era ótima: a despeito do número de páginas, abria com uma facilidade que me encantava. Até hoje me lembro da gostosa sensação de abri-lo…
Educação (e um pouco de auto-propaganda) - Um bom mestre faz toda a diferença? Eu sei que o senso comum diz que sim. Agora, e se eu te disser que não só esta diferença pode ser medida, como também pode fazer a diferença no bolso dos alunos?
Dia 07, caso você tenha tempo, no canal do Instituto Millenium, teremos um bate-papo sobre o tema ao meio-dia. Eis o anúncio oficial no qual eu sou claramente minoria.
Será uma boa conversa. Fica aí o convite para os amigos e amigas.
Geração que não fala - Não sei vocês, mas sou de uma geração em que a um bom dia respondia-se com outro. Conheço pais - na faixa dos 30 aos 40 anos - com filhos pequenos e adolescentes e todos concordam que há um fenômeno estranho que poderíamos chamar de O silêncio do silêncio (e, não, não vi educadores ocupando espaços na mídia para falar do tema, mas posso estar assistindo a muito futebol…). Outro bom nome seria a outra geração nem-nem: nem pergunta, nem responde.
O leitor amigo provavelmente conhece algum menino assim. Falante e normal até os 12 anos, a criatura parece perder a capacidade de se comunicar a partir de então. Dizem que estes adolescentes não respondem mensagens (seja e-mail ou zapzap). Obviamente, os pais - aqueles que são encarregados da educação destes seres - são os únicos que podem fazer algo.
Uma avó que envia um presente para uma neta e não recebe qualquer resposta. Uma tia que envia uma mensagem pelo zapzap e não recebe qualquer resposta. Um padrinho que não sabe o que aconteceu com o afilhado porque ele lê a mensagem, mas não responde. Padrão de comportamento outrora raro, eis aí o retrato de significativa porção daqueles que, um dia, cuidarão dos mais idosos (cuidarão?).
Não vejo mistério. Embora não saiba a causa deste silêncio do silêncio, sei que é visível que o custo relativo da intervenção dos pais aumentou. Os pais trabalham e querem apenas curtir seus filmes e séries no serviço de streaming quando em seu horário de descanso. Quem pode condená-los, não é?
Observam as notas do filho no colégio. Estão boas? Ótimo. A filha está com o perfil nas redes sociais devidamente protegido? Maravilha! O tempo está passando. Ufa! Ainda bem que o filho adolescente não perguntou sobre aquele tio que pensa diferente de mim: mantido o cordão da segurança ideológica. Que alívio! O que dizer daquela avó, velha, logo, com pensamentos antigos? Melhor falar pouco mesmo. Afinal, preciso ensinar a ele o valor da tolerânci…waaaaait a minuteeeee. Não, não sou tolerante mesmo. Que se dane! Quando começa o episódio novo do Strange Things?
Mas é um custo relativo. Em relação a quê? Ora, em relação ao custo do jovem de se comunicar com os pais para resolverem seus mais diversos problemas. Ficou bem mais barato para um adolescente encontrar a sensação de que resolveu suas dúvidas na internet. Digo sensação porque sabemos que nem tudo que um influencer diz é, necessariamente, solução para os problemas do jovem.
Então, vejo dois custos atuando. O do tempo dos pais dedicado aos filhos, que ficou muito caro. Já os filhos têm o custo de se sentirem satisfeitos com a internet e o contato online com seus amigos, não necessitando mais trocar uma ideia com os seus pais.
Evidentemente, falo de uma tendência geral. Exceções existem.
Além disso, claro, há pais que se preocupam com crianças mais caladas do que serial killer de filmes de suspense e encaram sua atividade educadora com um pouco mais de disposição. Bem ou mal, chamam o filho no canto e repetem à exaustão que, a despeito de todas as diferenças (não era a pluralidade um valor a ser celebrado?), um bom dia deve ser respondido com outro ou que o telefonema de uma avó (cuja expectativa de vida não é como a dos pais) tem um valor intrínseco2.
Por isso há famílias que vivem e outras que sobrevivem até se esfacelarem em pequenos indivíduos que mal se relacionam com um primo ou um vizinho. Acomodar-se no silêncio do silêncio é escolher o caminho mais cômodo, mas não necessariamente o melhor para os filhos, no longo prazo.
Bom, isto é o que penso, como um não-especialista em criação de filhos. Devo ter falado um monte de besteiras. Use minha opinião de leigo com moderação.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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Não deixa de ser irônico como, em famílias menores, o valor dos avós parece não ser tão alto quanto se esperaria, ceteris paribus a tecnologia pré-internet.