Tudo de microeconomia o tempo todo, em todo lugar, com todo mundo, etc. - política monetária - Lei da Liberdade Econômica - Etc.
Não gostou? Vá amolar um boi!
O v(3), n(25) chegou, pessoal. Mais barato porque é sábado.
Tudo de microeconomia o tempo todo…- em todo lugar, com todo mundo, etc. seria o nome de meu novo filme. O roteiro? Esta é fácil! Teríamos um aluno desesperado para terminar a prova de Microeconomia (apenas a Teoria do Consumidor que não sou tão malvado assim) de um professor que vamos chamar, aleatoriamente, de Márcio.
O filme se inicia com o aluno em sala de aula, sentado, resolvendo a longa prova de Microeconomia. Sonolento, ele pisca os olhos e, quando se dá conta, a sala está um pouco diferente. Olha para os lados e vê os mesmos colegas. Ou quase. Sei lá, a Isabela está estranha, parece ter penteado o cabelo para o outro lado…
O aluno se volta para a prova e percebe que as questões mudaram. Assusta-se e vê que o relógio segue firme na contagem do tempo e, então, começa a resolver a nova prova. Ao levantar os olhos, nota que o professor Márcio parece ter ganho um bigode. Pisca os olhos e, novamente, está na mesma sala, mas em outra cadeira.
Olha para a prova, rezando para que esteja tudo igual. Bem, nem tanto. Parte das questões é igual a uma das provas (qual delas?) e ele parece ter resolvido. Só que o valor dos preços mudou da primeira questão mudou. Sua solução, ele repara, está com os preços da prova anterior (ou seria da primeira?). O desespero bate novamente. Faz o aluno uma força danada para não piscar, mas, sabe como é…
Desta vez ele está do lado oposto da sala e o professor Márcio tem uma longa barba. Ele parece mais velho, mas sua maldade - ah, a sua maldade! - parece ser a mesma. O aluno não sabe como, mas ele consegue (ou acha que consegue) sentir a aura do professor. O relógio da sala mostra que o tempo não parou entre suas piscadas.
O aluno começa a pensar se não se automedicou de forma exagerada. Maldito médico que não pensou nele com mais cuidado…por outro lado, foi ele quem o subornou pela receita. Antes de perder a cabeça, ele se lembra que precisa entregar a prova…
E não é que a prova mudou? A questão três, por exemplo, tem uma função de utilidade diferente daquela nas outras provas. Ou seja, tudo o que ele havia feito na questão não vale mais. Ele nota que suas respostas parecem sempre vir do sonho, pesadelo, alucinação anterior. Sim, não é sonho. Nem pesadelo. Muito menos alucinação. É o multiverso! O aluno se sente melhor: agora ele sabe o que está acontecendo.
O alívio dura pouco porque ele pisca novamente e aparece na primeira fileira, com um professor Márcio careca encarando-o e todos os seus colegas (e ele também) têm cabelo verde. Sorri, meio que por impulso e se volta para a prova que, novamente, mudou. Ele apaga suas respostas e percebe que já se passou um pouco mais da metade do tempo da prova.
Bem-vindo ao multiverso da prova de microeconomia!
p.s. Uma versão alternativa deste roteiro seria como em O feitiço do tempo. O aluno iria aprendendo a matéria ao longo do dia que se repete quase infinitamente, até, finalmente, ser aprovado na prova.
Política monetária - Falei, nesta semana, com alguns jornalistas sobre a política monetária, cuja decisão, de manutenção da taxa Selic, foi justificada de forma muito serena pelo Banco Central do Brasil.
Claro que quem nunca leu os relatórios do Copom pode se assustar com a assertividade que o último parágrafo transmite. Parece que é o caso de muitos políticos e até de alguns articulistas de jornal. Não tem nada demais ali. Duvida de mim? Leia os comunicados anteriores você mesmo e tire suas conclusões.
Aliás, queria deixar aqui, ao público leitor, meus agradecimentos aos técnicos do Banco Cental do Brasil. Fazem um trabalho difícil de acompanhamento de conjuntura que, aliás, é cheia de percalços e entregam insumos importantes para a tomada de decisão do Copom enquanto políticos que não se preocupam com suas próprias palavras, fazem afirmações insultuosas e agressivas quanto ao seu trabalho.
Estes técnicos pagam um preço alto para cumprir a missão que lhes foi dada pelo governo, em nome da sociedade: o de preservar o valor da moeda e o crescimento, da forma mais eficiente possível.
Sim, as críticas estapafúrdias à gestão da política monetária, têm, em si, esta lamentável desvalorização do trabalho destes servidores públicos. Afinal, eles estudaram em bons livros que, agora, alguns sugerem que sejam jogados no lixo (acha que vou jogar meu livro do Stiglitz no lixo? Não, não vou. Mesmo que ele esteja falando bobagens).
Lei de Liberdade Econômica - Um segundo paper do Instituto Millenium sobre o tema. Seria mais legal se a base de dados fosse aberta. Creio que ajudaria mais nas pesquisas. Ainda assim, claro, bem-vindo. Ainda precisamos de mais pesquisas sobre o tema…
Mapa da Contratualização - A revisão do mapa original ficou bem funcional. Consulte-a aqui. Ah sim, parece que o site tem alguns bugs. Por exemplo, o guia que se anuncia lá não aparece nem por reza brava quando se clica no respectivo botão. Irônico, não? Nem por isso eu vou falar de jogar livros fora ou maldizer o trabalho dos servidores…
Hesitocracia - O Instituto Millenium publicou, em seu perfil na rede das fotos, um breve comentário sobre a hesitocracia. Aliás, no canal do YT do mesmo instituto, semana que vem, temos Leo Monasterio falando sobre automação (o link é este).
Música - Terminamos com música. A gente se vê depois. Até lá, fique bem.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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