Sandboxes no ensino, inovação e governos ágeis - Liberdade Econômica Estadual - Outros
Fala de capacidades estatais, mas não quer enfrentar a realidade do orçamento limitado, preferindo aumentar impostos para todos. Muito bonito!
O v(3), n(18) da newsletter chegou e, enquanto você se distrai, alguém fala mete a mão no seu bolso. Todo cuidado é pouco!
Os sandboxes no ensino, inovação e governos ágeis - Uma breve reflexão sobre o tema, com base em uma experiências minhas e de colegas.
1.
Uma das coisas mais difíceis de se criar - formalmente - em universidades públicas são grupos de estudo. Há até algumas destas universidades públicas que chegam a criar um conceito (que só ela possui, aliás) do que seja um ‘grupo’, um ‘núcleo’, e ai de você se encaminhar o projeto errado (e ele for aprovado): você terá que gerenciar algo que não necessariamente era o que pensou em criar.
Em instituições de ensino superior (IES) privadas que levam a sério o valor adicionado a estes grupos (que podem se chamar núcleos, ninguém se importa com detalhes tão estranhos assim no setor privado), criá-los é uma questão de custo-benefício para a instituição que, claro, avalia se a experiência do aluno valorizará o diploma do mesmo.
Nas IES públicas, o professor pode até querer adicionar algum valor ao aluno, mas a burocracia não enxerga o valor adicionado ao diploma como importante se o objetivo é a empregabilidade do estudante (ou você nunca viu o boletim do sindicato dos professores acusando qualquer relação da IES pública com o setor privado como uma ‘privatização’?).
É verdade que eu gosto deste tipo de iniciativa. São sandboxes que permitem aos estudantes experimentarem simulações de situações reais, sob a supervisão de professores. Quem me conhece sabe que tenho muito orgulho do falecido Nepom. Eu e meus alunos nos divertimos muito naqueles tempos e, o mais importante, todos saíram de lá melhores do que quando entraram e alguns até me disseram que a participação foi um ponto positivo em suas entrevistas de emprego. Good for them.
2.
A burocracia que abraça a inovação é diferente da que a sufoca. Você sabe bem qual favorece o aprendizado de técnicas e a aquisição de habilidades úteis no mercado de trabalho.
Desde minha passagem pela Enap, sob a administração do presidente Diogo Costa, o tema de um governo ágil tornou-se mais presente em meus pensamentos. Chegamos a falar de governança radical (tentei elaborar o conceito em um número anterior desta newsletter) com base em um artigo que Diogo publicou (ele falou sobre isto em diversas entrevistas, uma delas, esta aqui).
Um ponto que ficou claro para mim é que um estado não-liberal é também um estado não-ágil, pois não se preocupa em atender rapidamente - e com eficiência - as demandas dos cidadãos, enfatizando muito mais os aumentos salariais para diversas ‘carreiras’ do serviço público (você já pensou sobre isto, leitor?).
Um estado não-ágil (ou pouco ágil), por exemplo, não se preocupa em, de fato, realizar uma reforma administrativa, mesmo diante de uma clara revolução tecnológica como a automação (alvo deste nosso estudo de 2021) ou do chatGPT (preciso dizer algo mais?).
Um estado não-ágil, enfim, sofre daquilo que Mancur Olson Jr. chamou de esclerose institucional. Ou seja, é um estado cujas instituições (as regras do jogo que a sociedade aceita para conviver e produzir riqueza) se dedicam apenas a acomodar a disputa de grupos de interesse pela riqueza gerada pelos que a produzem.
Contra a esclerose institucional, use a governança radical, eis meu novo bordão.
Nota em literatura - Estou com saudades dos textos do Alexandre Soares Silva. Pelo menos ele publica de vez em quando aqui.
Nota em história econômica - É sempre interessante revisitar alguns temas de história econômica. Neste sentido, eu sempre recomendo os trabalhos do Bernardo Mueller. Neste último, ele e os coautores falam sobre a relação entre a Cliometria e a Nova Economia Institucional.
A propósito, já leu algum artigo da Cliometrica? Já ouviu falar da Cliometric Society? Do lado da Nova Economia Institucional, talvez a melhor referência seja o The Ronald Coase Institute. Pronto, os links estão aí. Agora é com você, leitor interessado no tema.
Liberdade Econômica Estadual - Recentemente, os professores Vladimir Maciel e Julian Portillo conversaram com Diogo Costa sobre o que é o índice. Digo sempre que acho interessante este índice e que gostaria de ver mais pesquisas usando-o. Caso você não o conheça, sugiro que assista este episódio produzido pelo Instituto Millenium.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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