我慢強い - Pronto, falei - Bugon
Chorar durante um temporal: isto é que ser Maria vai com as outras!
O v(2), n(100) está curtinho. Chega um pouco mais tarde hoje.
Gaman-zuyoi - Gamandzuyoi seria a melhor pronúncia para 我慢強い, cuja melhor tradução, creio, é “suportar o insuportável”. Talvez seja um conceito antiquado, talvez alguns não queiram mesmo suportar o insuportável.
Já eu, antiquado que sou, admiro a ideia. Há situações na vida em que o melhor é suportar mesmo o insuportável. Parece um pouco com o nosso “engolir sapos”, mas creio que é uma atitude mais ampla.
Uma busca simples na internet vai mostrar ao leitor que o termo, por exemplo, relaciona-se com o esforço de pessoas com dietas. Francamente, é um exemplo moderno, mas muito bobo. Suportar o insuportável é resistir nas trincheiras, é ficar confinado em um campo de concentração norte-americano durante a guerra do Pacífico. Ou suportar que seu imperador não é um deus. A dignidade humana não se esgota em chocolates…
É compreender que o mundo nem sempre lhe atenderá os desejos, como se fosse um gênio da lâmpada e, mesmo assim, guardar para si a tristeza disto sem incomodar os outros com suas queixas.
Às vezes, eu e você sabemos, não é tão fácil. Nestas horas ou desabafamos com alguém, ou choramos sozinhos (às vezes, inacreditavelmente, por mais de um dia).
De certo modo, o personagem “Tora san”, da série de comédias românticas, “É triste ser homem” ( 男はつらいよ), é um exímio praticante desta arte. Todos os filmes são praticamente iguais (e os atores nos faziam querer assistir a todos): Tora san retorna a casa dos tios, reencontra a irmã, o cunhado e os amigos locais. Em seguida conhece alguma beldade, apaixona-se e, claro, nunca será feliz porque o amor ou não é correspondido ou se é compreendido tarde demais.
Em um dos últimos filmes (o elenco nunca mudou), seu sobrinho já é adolescente e Tora san, o fracasso em relacionamentos amorosos, resolve lhe dar conselhos para que conquiste sua primeira paixão.
Obviamente, Tora san insiste que o correto é não se declarar, mas tentar se expressar sem palavras (algo que realmente faz parte da cultura nipônica). Também obviamente, está receita não funciona, mas nos proporciona momentos hilários.
O exemplo de Tora san é talvez, o melhor retrato do conceito de ‘gamandzuyoi’ na cultura japonesa do século 20. De lá para cá, não estou bem inteirado, mas me parece que as pessoas perderam um pouco da admiração por esta atitude perante a vida (li algo assim na internet).
Suportar o insuportável…que seja eterno enquanto dure.
Despedida - Existe sempre a hora da despedida e muito já se escreveu sobre o tema, de forma que só voltarei ao mesmo quando for minha a dor da despedida. Até lá, vão lendo os autores famosos. Achou que eu ia meter nesta encrenca?
Pronto, falei - É o nome do filme cujo roteiro final é de Fábio Danesi e Alexandre Soares Silva. Dou meu testemunho: assisti e gostei muito. Embora você possa pensar no filme como uma comédia, a história não é só alegria.
O personagem principal é um sujeito tímido, que raramente diz o que está realmente pensando. Talentoso como escritor, mete-se em apuros quando todos os seus rascunhos de e-mails, cheios de sinceridade, são disparados. O ‘sincericídio’ é só o início. Assista!
Bugon vem aí - Sim, Bugon.
Idéia - Tive uma, há muito tempo. Só que eu a perdi na grama de uma praça. Isso é que dá não colocar na idéia um papel com seu nome e telefone… (é, idéia com acento mesmo).
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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