Prazo de validade da vida. Mortes. Esperança. Café. Outros.
Vai aí uma goiabada com molho de vinagrete?
Eis o v(2), n(81) da newsletter que, hoje, começa com uma triste notícia familiar. Claro, depois, os ânimos melhoram, eu acho. Ainda sem fôlego para escrever muito (mas já retomando as energias).
Prazo de validade da vida - Eu tinha um primo mais novo. Vi-o crescer. Uma cena marcante: ele criança, extremamente peralta, fazendo uma pequena tartaruga deslizar como se fosse um carrinho no piso de tacos de madeira, para nosso desespero (e o da tartaruga).
Mal sabíamos que aquilo ali iria se converter em uma paixão por animais (ou talvez já fosse um sinal, embora um sinal não muito usual). Formou-se veterinário. Sim, eu havia perdido o contato com ele até pouco tempo quando, em outra rede social, ele comentou, todo bem humorado, um post meu.
Esporadicamente ele mandava algum comentário e eu respondia.
Hoje (sexta-feira, 07/10/2022), pela manhã, fui informado que ele teve uma dor de barriga, foi para o hospital e saiu de lá vítima de uma pancreatite direto para a outra vida.
A gente sabe que a vida tem prazo de validade e a gente também sabe que a tecnologia é maravilhosa. A gente sabe muita coisa, é verdade. De muitas outras, quase nada. E a morte está sempre por perto.
Eu gostava do meu primo, mesmo tendo pouco contato com ele nos anos que se seguiram à sua adolescência. Sei que ele não lerá, mas, em um ímpeto estúpido, enviei-lhe, na outra rede, uma mensagem de despedida (como se ele, agora, pudesse ler…). É engraçado como a gente faz bobagem em momentos assim.
Sei que você está em um lugar melhor primo André. Fique bem.
Ainda sobre mortes - A teocracia iraniana nunca é alvo de críticas entre universitários que, claro, adoram trucidar Israel (o governo e, até mesmo, o povo, embora se digam não-nazistas). Cada um com sua preferência, claro. Mas os fatos não batem muito com este wishful thinking.
E já que comecei este número da news falando em morte, o tuíte abaixo, também nesta sexta-feira, deixou-me triste. Morte, natural ou promovida por governos (ou por outras pessoas) é algo que a gente só esperaria em uma guerra convencional (como a da Ucrânia).
Rummel, já falecido, criou o termo democídio para se referir a este tipo de coisa (mortes de pessoas geradas por seus governos). A página dele pode ser encontrada aqui. O governo teocrata do Irã não me parece ser um bom exemplo de uma forma de governo viável. Claro, você pode me convencer do contrário. Com argumentos, por favor.
p.s. Eis uma entrevista que vale a pena:
Há motivos para se ter esperança? - Há e o Erik mostra os principais sustentáculos para o otimismo. Claro se algum presidente jogar no lixo o teto de gastos (ou, mais genericamente, se rasgar a ‘Constituição Fiscal’, como se diz na literatura especializada), nada disso será possível e a trajetória do país não será adequada para a erradicação da pobreza. Simples assim.
Já que o Enem está chegando… - Eis uma outra paródia que fiz, no longínquo ano de 2008.
O Xote do Provão da Menina
Baseado na música “O Xote das Meninas”, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga.
Mandacaru, quando flora na seca
É o semestre começando, seu João
Toda menina que não estuda, fique esperta
afinal, este ano já vai ter Provão
Novela à noite, não dá mais, sapato baixo
livro encapado, tá tudo já na mão
Ela só quer, só pensa em Estudar
Ela só quer, só pensa em EstudarDe manhã cedo já tá arrumada
Só vive estudando, nem vê Vídeo Cassetada
O pai fica feliz com a filha tão prendada
Não vadia nem reclama, não dorme, não quer nada
Ela só quer, só pensa em Estudar
Ela só quer, só pensa em EstudarE então tá tudo em cima
A preguiça tá de lado
o ócio na latrina
Estudar nesta idade
é bom para a menina
Acaba com o tédio
assim diz a medicina
Ela só quer, só pensa em Estudar
Ela só quer, só pensa em Estudar
Antes que o café esfrie - Estava em uma cafeteria outro dia quando um novo freguês, gratuitamente (o bom da aleatoridade da vida são estes momentos), indicou-nos a mim e às baristas, dois livros envolvendo café. Um deles, Antes que o café esfrie, pareceu-me tão interessante (e barato) que, até ele sair da loja, eu já o havia comprado (que bom que temos tecnologia e empreendedores, né?). Não chegou ainda, mas só de saber que o livro tem ‘cinco regras para viagens no tempo’ eu já o acho ótimo, mesmo sem tê-lo lido (a previsão é que chegue hoje, sábado).
Albert Camus - O homem era bom de argumento, reconheço.
Conundrum - Às vezes sinto que…
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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