O Sorvete de Bessarábia Derreteu. A missão do economista? Bananére sobre Putin (breve comunicado oficial).
E assim ficou.
Olá, leitor. O v(2) n(29) segue um pouco menor que o normal. O motivo é o tempo escasso desta semana que se encerra. Vamos logo aos temas
Bessarábia - De algum recôndito de minha memória surgiu, sem motivo aparente, a lembrança da palavra “Bessarábia”. Certamente algum conto infantil antigo. Tive que usar a internet, então, para algo útil. Eis o que encontrei.
A Bessarábia fica ali, na antiga URSS. Quem diria! Será que vendem sorvetes na Bessarábia? Existe alguma cerveja produzida lá? Fiquei com preguiça de ir ao mecanismo de busca…
Aliás, sobre a URSS, Putin não poderia estar mais errado no caso do massacre de Bucha. Eis uma boa análise do CPSI sobre o tema. Aliás, o CSPI talvez seja a coisa mais interessante que aconteceu no universo norte-americano dos think tanks.
Juó Bananére - S’immagine os lustrissimus inletôres, che u signore Wladimiro Buttin mi xamô no telefone pr’a inreclamare d’a Ucranya. Eh! Mamma mia! Io cheria inforcá u Buttin. Chi pan’naca! Ladrón de galigna! Porcheria di Buttin!
#juobananerepresidente
A missão do economista no Brasil - É o título de uma pequena publicação de 1957 de um tal Abelardo F. Montenegro que parece ter sido famoso no Ceará. Comprei em um sebo e, para minha surpresa, a cópia foi autografada pelo falecido autor (em 31/08/1958 para um certo Paulo sei-lá-o-quê).
Não vou reiterar o prazer de sentir o cheiro de livro velho ou do meu gosto por páginas amareladas (até blocos e cadernos novos eu os prefiro com páginas em tons variados de amarelo).
Voltando ao Abelardo, encontrei seu perfil e notei que foi mais um daqueles que escrevia de tudo. Curiosamente, não era economista. Ainda assim, o pequeno livro que tenho menciona que ele pertenceu à Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Ceará. O autor o dedica a L. Nogueira de Paula o qual exalta ao longo do livro pelo seu ‘resgate das ideias do Visconde de Cayru’.
Em seu texto há aquela visão cepalino-marxista de que a teoria econômica seria uma teoria que países ‘ricos’ tentariam difundir para os países ‘pobres’ para, sei lá, ‘tentarem manter o status quo’. Discurso muito parecido com o dos isebianos (procure por ISEB).
O texto parece mais um longo discurso (cheio de adjetivações típicas dos discursos…) inflamado e indignado. Há trechos curiosos. Mais próximo ao final do texto, ele diz:
O economista consciente sabe que, no campo da teoria, a hipocrisia de List não é menor do que a de Adam Smith. Cada qual puxa brasa para sua sardinha. [p.44]
Rejeitar Friedrich List e Adam Smith, citar Cayru, Tinbergen juntamente com ‘o deputado Batista Ramos’, por exemplo, mostra o quão confuso pode ficar um texto escrito por um generalista que pede por originalidade dos jovens economistas brasileiros.
Para mim, uma das missões do economista brasileiro é saber distinguir o joio do trigo quando se lê menções a economistas em livros de generalistas. Acho que Abelardo concordaria comigo, ainda que discordando de minha opinião sobre seu opúsculo.
Os dez maiores escândalos na academia (no caso, na Economia) - Estão listados e comentados aqui. Tem Duflo e Putin. Have fun!
Dynare - Para o pessoal de macroeconomia, eis a nova versão do Dynare.
Avaliação de professores - É interessante a literatura sobre o valor adicionado do professor (ou VAP). O assinante sabe que exploramos um pouco do tema neste artigo. Também tivemos um bom papo sobre educação, incluindo o artigo, aqui.
Ninguém gosta de ser avaliado, mas todos adoram avaliar…os outros. Este é um fato da vida. Bons incentivos para a avaliação de professores precisam levar em consideração, em sua formulação, estas características da natureza humana.
A ideia, mencionada no artigo, de que a remuneração do professor tenha uma parte fixa e outra variável (um bônus) relacionada ao desempenho dos alunos nem é tão nova assim, embora seja uma ideia pouco difundida (na minha opinião) em um país que fala tanto de criatividade, de experimentação.
Uma sociedade que acha que a solução para a educação é despejar dinheiro nas escolas não necessariamente obtém aquilo que almeja, da mesma forma que jogar dinheiro nas mãos de um adolescente não necessariamente vai lhe ensinar as melhores lições de educação financeira.
Novo podcast - Como é que eu vou medir os bigodes? Promissor podcast.
Uma lição de Economia na Páscoa - O prof. Ronald Hillbrecht escreveu um belo texto relacionando a caça aos ovos com os princípios econômicos. Ele é sempre muito didático. Recomendo-o, claro!
Trecho:
Como na caça aos ovos de Páscoa, a riqueza só irá aparecer se for descoberta. Ocorre que as sociedades prósperas estruturam as regras de convivência para dar os incentivos adequados à descoberta de mercado e à criação de riqueza.
Eu diria que precisamos caçar os ovos antes que seja tarde.
Aviso importante - Quando o sujeito diz que curte um Méqui, ele não fala do MEC. Achei por bem avisar.
Finalmente! - Em 13 de maio estréia o filme do…
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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