O estranho caso de Juvenal Olympio Schmidt - Juó Bananére em férias - Outros temas.
Dominigo io stavo facendo una sunecca na sésta...
O v(3), n(19) da newsletter e estou com saudades de ler algum outro livro de Graham Greene. Ou talvez um Almanacão da Turma da Mônica. Ou, quem sabe, o livro-texto de Microeconomia do Varian? Tanto faz (acho).
Sim, o subtítulo é uma frase do imortal Juó Bananére que, aliás, está em férias, mas deixou um recadinho para você.
O estranho caso de Juvenal Olympio Schmidt - Um dia Juvenal acordou e descobriu que, infelizmente, ainda não era uma barata. Sequer um piolho, ou um cupim. Juvenal tinha estas manias estranhas. Frustrado, levantou-se, tomou um café e, após se arrumar, foi para a faculdade lecionar para seus jovens alunos.
Como estava atrasado, não passou pela sala dos professores. Entrou em sua sala de aula que, como sempre, ainda estava vazia. Nos últimos anos do século 21, os alunos já não eram assim, tão pontuais (pelo menos até o resultado da primeira prova…e olha que Juvenal facilitava para a turma…).
Começou a escrever os tópicos do dia no quadro e não se deu conta de que os alunos foram, lentamente, ocupando seus lugares na sala.
“- Bom dia, professor!, disse um.
- Bom dia!, respondeu Juvenal, tentando se mostrar bem-humorado.
- Pessoal, hoje vamos estudar os aspectos sociaes do triumpho do colonialismo.
- Heim, professor?
- Ora, eu disse que hoje vamos estudar os aspectos sociaes do triumpho do colonialismo.
- Professor, o senhor está estranho, não sei dizer o que é, disse uma das alunas.”
Juvenal olhou para suas roupas com medo de ter esquecido de vestir as calças, ou de ter colocado diferentes pés de seus pares de calçados. Entretanto, tudo estava em ordem. Prosseguiu:
“- Olhem, no período em questão, o effeito logico da affirmação dos…
- Professor, o senhor pode repetir?
- Claro, Joana. No período em questão, o effeito logico da affirmação dos…
- Professor, não entendi.
- O que você não entendeu?
- Não sei…o senhor falou ‘efeito’?
- Sim, falei ‘effeito’.
- Espera, professor. O senhor disse…
- Olha, vamos deixar para lá. Tentarei pegar outro ponto da disciplina, ok?
- Hum, está bem.
- Vejam, no período que estamos estudando, a doutrina christã acceitava…
- Professor, o senhor fez de novo.
- Fiz?
- Fez.
- Mas o que é que eu fiz?
- Não sei, professor, algo não soou totalmente claro…
- Pessoal, mas eu nem começo a falar…E’ estranho que…
- Olha aí, de novo…”
Juvenal estava intrigado. Por mais que ele pensasse estar falando a mesma língua dos alunos, eles insistiam em interrompê-lo insinuando que não. Estariam pregando-lhe uma peça? Não, era uma turma razoável. Já haviam estudado com ele em outras disciplinas.
“- Gente, vamos falar então dos signaes que a doutrina…
- Professor, o senhor…
- Já entendi. Gente, vocês estão brincando comigo?
- Não, responderam todos.
- Não sei então o que ocorre…
- É que o senhor soa estranho em algumas palavras…
- E’?
- Aí, o senhor soou estranho de novo!, gritou um dos alunos que estava no fundo da sala.”
Juvenal resolveu mudar de estratégia. Começou a escrever a matéria no quadro ao invés de falar. Foi então que tudo ficou claro. Por algum motivo, ele acordou, naquele dia, escrevendo com a ortograph…digo, ortografia dos anos 30.
Olhou para suas duas frases no quadro e perdeu a voz. Quase desmaiou. Os alunos também ficaram sem saber o que dizer? Deveriam lhe dar os parabéns? Ou levá-lo a um médico? Um até se ofereceu para lhe dar carona. Tinham medo que Juvenal não conseguisse se comunicar com o motorista do aplicativo e este era o aspecto mais estranho de tudo: embora as diferenças ortográficas não fossem tão grandes, Juvenal sempre soava estranhamente diferente nas palavras em que a ortografia era a antiga. Juvenal foi guiado pelos alunos até a saída da faculdade e um deles lhe deu carona até seu pequeno apartamento onde quase não jantou e cochilou.
No dia seguinte, Juvenal acordou e se beliscou. Correu para o caderno em cima da mesa e rabiscou algumas frases com sua caneta tinteiro. Tudo parecia ter voltado ao normal. Aliviado, aprontou-se e foi para a faculdade. Como sempre, chegou atrasado. Desta vez, entretanto, encontrou os alunos conversando dentro de sala.
“- Bom dia, pessoal.
- Bom dia professor. O senhor está melhor?, disse um dos alunos.
- Bem, não posso me queixar. Agora, vejam, ontem, quase tive um infarto?
- Um infarte?
- É, um enfarto.
- Enfarte?
- Ora, já falei, gente…”
É, Juvenal era um professor com problemas bem peculiares…
Juó Bananére em férias - Lustrissimu Inletôre, Io vó cuntá p’ro inletôre che stó di férias. Eh! Molto bene! Tutto o populo ‘stá c’o a saudade du Bananére. Tá bó! Só che Io vô ficá na sbornia. Magina u signore che o Pipoca, u da padaria, veio no garadura pedí che io fosse gandidatumu pr’u prefeito. Porca miséria! Io xingué u Pipoca.
A artograffia d’a storia dicima ficô bunitigna. Io gosté, signore autore da niusléta! Mamma mia! Vô bibé um schoppi.
Satisfaçó!
Liberdade Econômica - Deixei minha opinião nesta ótima matéria da Gazeta do Povo, junto a outros especialistas. O futuro de médio prazo não é nada promissor, creio.
Instituições e Desenvolvimento Econômico - É uma entrevista não tão recente, mas vale a menção. Muitos bons insights neste vídeo.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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