Manhãs de sábado - Cidades - Real - Vale do Lítio - Expectativa de Vida na URSS - Gallup em Chamas - Pedro Sette-Câmara e a Tecnologia - China ameaça a paz na Ásia.
Pão com mortadela, aguarde-me. Chego já, já.
Para o v(4), n(28) desta newsletter de nome bem pouco favorável ao marketing (eu gosto de coisas como a famosa I can’t believe it’s not butter) temos algumas provocações e insultos…bem, nem tanto.
Manhãs de sábado - Nas manhãs frias e ensolaradas vejo que ainda há salvação. Afinal, não há clima melhor para se sentar em uma cafeteria e, quem sabe, arriscar até um doce como um amor em pedaços (que é daqueles doces que, quando bem feito, sem muita massa ou açúcar, fica ótimo).
O problema é que não é toda manhã que vem neste formatinho: fria e ensolarada o que me leva a pensar nas combinações possíveis: (a) fria e ensolarada; (b) fria, mas nada ensolarada; (c) nada fria e ensolarada e, claro; (d) nada fria e nem ensolarada. Claro que tenho um guia para você que nem vou vender porque sou generoso. Note que já falei do primeiro caso e, portanto, inicio do seguinte.
Em manhãs frias, e nada ensolaradas aproveite para caminhar e parar em uma cafeteria. Peça o seu café (ou chá) e repita. Não arregace as mangas do seu moleton e procure ficar em uma mesa parcialmente sob o sol porque aí você pode mudar de cadeira conforme o sol lhe pareça incomodar mais do que esquentar. O doce ainda está permitido, mas talvez um pão de queijo ajude pois, dizem, no frio, a gente come mais.
Em manhãs nada frias e ensolaradas, bem, aí você me esqueça o frio, ‘faizfavor’. Há cidades em que nem ventinho tem. Nem uma brisa, nada. Você pode parar na cafeteria após a caminhada, mas sugiro que peça uma água da casa antes do café que, sim, é essencial em qualquer manhã nada fria e ensolarada, como você já sabe. Tente uma mesa à sombra. Evite pedir algo quente para comer. Talvez um suco de frutas? Ou uma limonada? Ou talvez mais água da casa mesmo.
No caso das manhãs nada frias e nem ensolaradas, temos uma combinação que pode ser maldosamente enganadora. Afinal, não é porque não tem sol que a cidade vira, necessariamente, um pólo norte. A parada na cafeteria pode lhe render uma boa visão do céu nublado que, a propósito, acho muito bonita. Pode ser prudente sentar-se à uma mesa que esteja perto do sol (suponha que ele, como todo sol, resolva dar as caras de vez em quando). Um café, sim. Como não há sol, mas ainda há calor, a água da casa é uma boa ideia. Um doce? Um pão de queijo? Talvez.
Creio que meu guia não é lá muito instrutivo. As minhas quatro categorias parecem revelar que, no fundo, eu vejo tudo como uma coisa só: um imenso motivo para se tomar café em alguma cafeteria que tenha uma boa visão do céu e um cardápio decente. Não é pedir demais, né?
Cidades - A Gazeta do Povo publicou um ranking das melhores cidades para se viver. A metodologia é similar a de vários outros índices similares que se encontram por aí. Interessante é que, entre as piores, notaram depois, há distorções como a cidade ter mais dependentes do Bolsa-Família do que trabalhadores. Algumas sequer se sustentam. Entrevistado, o prof. Vladimir Maciel, da Universidade Mackenzie, chegou a mencionar a possibilidade de fusão de municípios.
Embora políticos odeiem esta proposta, já que perdem currais eleitorais, o fato é que a teoria econômica do federalismo nos ensina que uma cidade faz sentido, economicamente, dentre outros fatores, caso consiga ofertar bens e serviços que possuem determinadas características que os impossibilitam de serem ofertados pelo setor privado. Ocorre que esta oferta depende da escala e um município muito pequeno não consegue cumprir o mínimo necessário nestes casos.
Sim, tem razão o Vladimir. Aliás, este é um tema que me é muito caro. No início dos 2000, na minha dissertação, estudei justamente o problema (transtorno, isto sim!) das emancipações de municípios. Muitas vezes tomamos a realidade dos limites municipais como uma constante, mas, de fato, não é bem assim e a formatação de nosso federalismo não é lá muito favorável ao uso eficiente dos recursos arrancados legalmente dos nossos bolsos.
Seria interessante pensar em consórcios de municípios ou mesmo zonas econômicas especiais envolvendo partes de alguns municípios pensando, obviamente, nos ganhos de escala que a oferta de bens e serviços que a teoria econômica chama de bens públicos (já defini ‘bem público’, no sentido que falo aqui, de forma não muito técnica, em uma edição anterior desta).
Real - O Cinzeiro de Lata comemora o Plano Real com suas lembranças.
Vale do Lítio - Minha nova nota técnica sobre o Vale do Lítio.
Expectativa de Vida na URSS - Veja você mesmo.
Gallup em Chamas- David Blanchflower é um economista de boa reputação e, aqui, ele implica com os dados do Gallup. Há réplica e tréplica. No mínimo, mostra que amostras - base das evidências científicas que tanto dizem serem definitivas alguns ignorantes em história da ciência - são muito mais complicadas de se construírem do que afirmam nossas vãs manchetes de portais de notícias…
Pedro Sette-Câmara e a Tecnologia - Dá uma olhadinha neste interessante texto dele em sua newsletter.
China ameaça a paz na Ásia - …e não só lá.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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