Literatura - O que foi feito de nós? - Cairá de Maduro - Dicas de Leitura - No jornal - Leis Privadas - Outros despachos.
Já fizeram um plebiscito para anexar a Venezuela?
O v(3), n(64) veio junto com a chuva e inundou o vaso de seu cactus porque você deixou a janela aberta.
Literatura - Preciso ler mais. Também preciso estudar mais. Fazer mais caminhadas e, quem sabe, viver mais nos intervalos.
Piadas à parte, comecei o pequeno Sol e Aço de Mishima. Eu o li lá pelos meus 18 anos, mas, na época, o livro passou meio batido por mim. Tive que comprá-lo em um sebo, já que nunca foi reeditado, e, se nada mais me ocupar o tempo, eu o termino em breve.
O que foi feito de nós? - A pergunta ecoava na mente de Jonas enquanto ele lutava contra a tecla “?” de seu computador. Como sempre, o caríssimo brinquedo vinha com aquele manual que não diz nada mais além das instruções para crianças: “não coma o computador”, “ligue o computador no botão de ligar”, “não atendemos aos sábados, domingos, feriados e, eventualmente, nem nos outros dias” etc.
O problema é que Jonas precisava encerrar um texto importante e o teclado o atormentava. Para sua sorte, a “inteligência artificial” entendia que ele não estava a afirmar nada quando digitava a pergunta destituída de seu necessário ponto de interrogação como em: “como acionar a tecla de interrogação no modelo XYZ do computador ABC”.
Enquanto pensava no valor pago pelo potente foguete do qual não conseguia sequer acionar a ignição (não era lá uma metáfora precisa, mas…), Jonas considerou seriamente se isolar em uma caverna, longe da civilização e nunca mais usar computadores, celulares e afins. A idéia (com acento mesmo) não durou mais do que cinco minutos, pois ele tinha recebido uma mensagem de uma potencial candidata a uns tapas e beijos (em geral ele recebia um tapa e nenhum beijo, o que não contava muito para suas pretensões amorosas) no aplicativo de encrenc…digo, relacionamentos.
Pela janela viu Jonas que o tempo estava nublado. Choveria mais tarde? Não sabia dizer, mas, pior ainda, não conseguia digitar o ponto de interrogação, o que o incomodava bastante ao pensar em perguntas como aquela. Pensou em como ficaria o vilão “Charada”, aquele do Batman, sem o “?” em seu uniforme. Talvez ele deixasse de ser vilão. Bem, não se sabe se um ponto de interrogação define o caráter de alguém, mas, no caso do Charada? Talvez.
Imaginou como seria a vida das pessoas se a ausência do ponto de interrogação tivesse mesmo este poder de retirar de cada um de nós a capacidade de transmitir nossas dúvidas. Jonas concebeu a curiosa idéia de que a pessoa continuaria com a dúvida, mas não conseguiria mais se fazer entender em um diálogo em que o ponto de interrogação não mais existisse, nem mesmo com a entonação interrogativa. Seria algo como…
“- Tem pão
- Tem.
- Estou perguntando se tem pão.
- Tem.
- Cara, você não está me entendendo
- Estou entendendo que tem pão. Ok. Por quê
- Por que o quê
- Porque tem pão.
- Olha aqui meu pão no teu nariz!”
Não fazia sentido algum, mas Jonas se divertia com a incoerência de seus próprios pensamentos. “Obviamente, alguém descobriria um jeito de expressar a pergunta com algum símbolo”, pensou com alguma esperança. E foi então que Jonas resolveu que trocaria o charmoso e curvilíneo “?” pelo famoso “$”.
Interrompeu sua busca por soluções na internet - estava, na verdade, há um passo de encontrar a que lhe daria o ponto de interrogação em seu novo teclado - e tratou de escrever seu texto todo com sua exclusiva e novíssima regra da língua Jonasiana-Portuguesa. Sentiu-se brilhante, único! Pensara fora da caixa! Fora disruptivo! E também havia sido. E seria! Será! E era! Enfim, ele seria inovador em todos os tempos verbais possíveis (e também nos impossíveis)!
A alegria encheu o coração de Jonas que, no ápice de sua megalomania, enviou seu texto originalíssimo para sua gerente.
Cairá de Maduro - A tolerância com Maduro já caducou. O ditador-presidente-eleito resolveu que a Guiana é dele e quer decidir isso com uma votação. Talvez o Irã, recém-empoderado na ONU (as feministas protestaram pouco por aqui…nem jogadores de futebol se emocionaram, como na época da Copa…) possa nos dizer que a Guiana realmente é parte da Venezuela. Ou não. O
mandou uma ótima sobre o tema. Aqui.Dicas de Leitura - O ótimo Rob Henderson nos dá - também ótimas - dicas de leitura.
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Zonas Econômicas Especiais e Lei de Liberdade Econômica - Falei sobre Zonas Econômicas Especiais neste seminário que teve a participação do Guilherme da Cunha e do Rogério Corgosinho.
A desastrada reserva de mercado - Quando os militares tentaram criar computadores nacionais seguindo o leitmotif da substituição de importações. A competitividade? Zero. O sucesso? Zero. A lição? Óbvia.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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