Lembranças - Esplendores - Quem mandou mandar matar o menino Jesus? - Poemas - Cinzeiro de Latão - O mágico de Oz como você nunca imaginou.
Coitado é filho de rato que nasce pelado.
O v(4), n(13) vem após uma festa de formatura intensa e de uma semana que termina precocemente por conta da Sexta-Feira da Paixão ao qual se seguirá o Domingo de Páscoa. Aproveite para refletir e relaxar, mas, antes, dá uma olhadinha na newsletter. Ela está curtinha. Você terminará sua leitura antes de soletrar inconstitucionalissimamente que, aliás, deveria ser uma palavra mais usada, não?
p.s. o subtítulo vem do livro do Adalberto, mencionado logo mais.
Lembranças - Houve um tempo em que o Central Shopping, hoje convertido em clínica médica com várias especialidades, era o charme da região entre as avenidas Afonso Pena e Brasil, uma espécie de ‘terra média’, nos limites do centrão raiz, da região dos hospitais e da fronteira do que poderíamos chamar de zona sul com seus bairros mais nobres (Funcionários e Savassi).
Em seu terraço havia uns bancos muito propícios à leitura no início dos anos 90. Naquele tempo, com alguma frequência, eu passava no sebo do Eduardo, cujo nome era Livraria Alfarrábio, em sua primeira encarnação (na rua Rio de Janeiro quase esquina com avenida Amazonas, na Galeria Dantes) e, quase sempre, saía de lá com algum livro técnico (em geral, de Economia). Fazia isto em horários vagos ou antes de ir caminhando para meu local de estágio. Ou aos sábados pois, naquele tempo, passear no centro de BH pela manhã era seguro e gostoso.
Certa vez comecei a ler, no citado terraço, sob um sol não tão castigador quanto o de hoje, um livro de Vilfredo Pareto, em inglês, creio, criticando Karl Marx. Ainda o tenho, cuidadosamente guardado (é uma edição antiga). Era gostoso ler ali, quieto, podendo, vez por outra, olhar o movimento da Afonso Pena ou, simplesmente, apreciar as nuvens.
Meu inglês, à época, resumia-se à leitura silenciosa (eu tinha vergonha da minha pronúncia sofrível). Funcionava para aprender, mas não para me comunicar com alguém mais acostumado com a língua. Não sei você, mas acho que todo mundo começa mais ou menos assim a sua própria relação com uma língua estrangeira. Aliás, o finado Central Shopping ainda é próximo do também finado Instituto Goethe, então localizado nas dependências do Colégio Arnaldo, onde estudei alemão por um bom tempo. Quando me graduei, confundia as estações do ano (em japonês) com números (em alemão) e mais algumas palavras. Eu era como aquele padre ou frei bizarro do filme “O Nome da Rosa” que misturava tudo que era língua em sua fala…
Aquele terraço foi palco de muitos namoros para casais. Para mim, foi um refúgio de reflexão - inclusive sobre a escassez de namoradas em minha vida, sobre as querelas de Pareto e Marx e sobre a possível relação entre ambas - e leitura.
Fazem falta, na vida urbana (cada vez mais violenta), estes locais de refúgio temporário no qual podemos imaginar, ler e até assobiar baixinho por alguns preciosos minutos. Bom, talvez eu não leia mais livros físicos em lugares públicos (mentira, leio sim). O famoso Kindle substitui, para mim, pelo menos os livros não-técnicos. A tecnologia me ajuda a viver.
Pensei muito na vida, nos peixes e em tudo o mais naquele terraço e a ele agradeço bastante por tudo.
Esplendores - O nosso serviço público chamado de “Correios” demorou, mas conseguiu. Após a primeira tentativa de entrega no dia 15, conseguiu me entregar, na segunda, ocorrida ‘apenas’ dez dias depois, o Entre esplendores e misérias, do Adalberto de Queiroz.
Desta vez, o Adalberto não nos traz poesias, mas crônicas. Trata-se de uma coletânea do que ele publicou no O Popular, de Goiânia, entre 2021 e 2023, ou seja, entre a pandemia e a volta de nossas vidas à normalidade. Várias destas eu já li, acompanhando o autor nas redes sociais ao longo dos últimos anos (salvo engano, desde 2021). Sim, há páginas de valor em jornais. A coluna do Adalberto é uma delas.
Editado pelo próprio autor, o leitor encontrará, ao longo das 148 páginas (livrinho, pois!), aquele lirismo (será que é mesmo ‘lirismo’ a palavra certa?) que nem sempre vemos por aí. Suas crônicas fazem bem à (minha) paz espiritual e não causa câncer.
Pode ler à vontade!
Quem mandou mandar matar o menino Jesus? - Esta é a forma de se inocentar Herodes. Aprendeu?
Poemas - O professor Eric Rasmussen (quem já estudou Teoria dos Jogos o conhece) tem uns poemas bem legais. Estão aqui e são bem…como direi…mnemônicos.
Cinzeiro de Latão - Sim, eu recomendo esta newsletter.
O mágico de Oz como você nunca imaginou - Sim, no vídeo a seguir.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
Caso queira compartilhar, clique no botão abaixo.
Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico geralmente às quartas. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00 + valor do seu tempo para apertar o botão subscribe com seu endereço de e-mail lá…) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.
Por isso que estou tendo um fluxo atípico no site. Muito obrigado pela recomendação, Cláudio. E parabéns pela news, sempre ótima.
Shikida: Obrigado pela referência ao meu livro Entre esplendores e misérias. Forte abraço do
Beto.