Lafcadio Hearn e Natsume Souseki. Mensagem de Juó Bananére. O triste Qualis. Outros poucos adicionais.
Foi aquele esbregue que escreveu isto aqui!
Aqui está o v(2), n(80) da newsletter. Um pouco menor do que o normal, creio.
Lafcadio Hearn e Natsume Souseki - Segundo a esposa de Hearn:
Things which were of ordinary occurrence Hearn accepted in a very sensitive manner. [The Annotated Reminiscences of Lafcadio Hearn by Setsuko Koizumi (Mrs. Hearn). Shisei-dou Publications, San Francisco, p.31]
Ok, o contexto. Bem, ele acabara de ser demitido da Universidade de Tokyo, o que não me parece tão trivial assim. Lendo a imensa nota de rodapé, descobri que Hearn ganhava um salário de estrangeiro (maior que o comum) e, que, já que havia se naturalizado, deveria aceitar uma considerável redução.
O mesmo rodapé conta como seus alunos se envolveram em uma tentativa de conciliar Hearn (cujo nome japonês era Yakumo Koizumi) com o diretor da faculdade, sem sucesso. O mais curioso? Contrataram Natsume Souseki (é, ele mesmo) para seu lugar. Souseki teria dito à esposa que estranhava que a universidade contratasse para o lugar de Hearn alguém sem seu talento.
Dois gigantes…
p.s. Sim, é um livro que merecia ser traduzido para o português.
Juó Bananére - Está claro para todos que Juó Bananére foi roubado nas urnas eletrônicas com fundo falso (ahá!). Mas ele não desistirá do seu povo (o salário de presidente é melhor do que o de barbeiro somado ao de jornalista, sabia?). Em quatro anos ele volta.
Por enquanto ele agradece aos eleitores e correligionários pelo apoio.
Lustríssimu inletôre, as urna inletronica c’o os fondo falsete roubaram os mio votto. Eh! Porca miséria! Io i us curreligyonari stava tutto na festa da demogracinha lá no bar do Totolino, tomando uns schoppe. Confiamô tutto nas urna inletronica. Má é che tignya tutto ellas u fundo falsete! Che indisgraça! Io sto gratto aus inletore i os curreligyonari che mi deram u apoio. Io vortarê.
Io vô pensá se peço impítiman. Ou vô inventá um xádo kabinette pr’a mi diverti c’o us amicci.
C’o as stimadda cunsideraçó,
Juó Bananére
Aguardem-no em breve.
#juobananerepresidente.
O triste Qualis - Era uma vez um Qualis. Não era nenhum fator de impacto, este sim, um legítimo representante da produção acadêmica, mas, como toda métrica criada por um governo, ele também tentava ser útil.
Saía pelas ruas, toda manhã, para caminhar e pensar em como ser um rival de seu primo, o fator de impacto. O engraçado é que, ao caminhar, não perdia peso. Pelo contrário, parecia até engordar umas gramas. Poucas, mas permanentemente incorporadas.
O Qualis tinha muitos amigos e poucos inimigos porque, sabe como é, ser inimigo do Qualis pode significar a perda de privilégios e benesses. É, o Qualis era um influente (ou um influencer) de peso (eu falei que ele era algo gordinho?).
Os amigos do Qualis, contudo, não eram lá muito verdadeiros. Eram mais como amigos de ocasião. Periodicamente, afastavam-se dele. Parecia até um ritual democrático, uma festa da democracia, para que (quase) todos pudessem se aproximar da sumidade, influenciá-lo e, como diz o livro, fazer amigos. De seu lado, Qualis ficava sempre ressabiado, embora curtisse a bajulação (até certo ponto, digamos, A2…ou B1, nunca sei…depende da área…).
Fora do círculo de amigos (de ocasião), poucos prestavam muita atenção a estas festas que se faziam para o Qualis (ou para influenciar o influencer). Talvez porque a produção científica do país não fosse mesmo algo tão relevante assim. Ou, vá lá, talvez haja outro motivo. É tudo muito complexo, como dizem no Twitter os que não querem ver as obviedades (às vezes, leitor, as coisas são mesmo óbvias).
Como tudo em excesso na vida - não é uma regra geral, mas… - as sucessivas festas começaram a deixar suas marcas na saúde do Qualis. Ele até pediu para tirar umas férias, mas seus ‘amigos’ não deixaram. Contrataram até uns advogados para entrarem na Justiça com uma ordem qualquer para que suas férias fossem permanentemente canceladas.
Triste e progressivamente obeso, o infeliz Qualis passou a diminuir suas caminhadas matinais. A dificuldade de perder peso aumentou. O colesterol ruim se sobrepôs ao colesterol bom. O Qualis passou a beber cachaça escondido, durante o horário do expediente e seu comportamento ficou algo errático. Até seus amigos lhe pareciam, agora, apenas uma ilusão (um budista concordaria comigo…).
Pobre Qualis. Tinha tantos sonhos…
Bens de Giffen - Um interessante ensaio do Scott Cuningham sobre os bens de Giffen (aqueles em que o preço e a quantidade demandada são diretamente relacionados, ao contrário da maioria dos bens…) e sobre o caráter científico da Economia em geral.
Hidrogênio vem aí - O Noah tá otimista com as potencialidades do hidrogênio e so do I.
Melhor que muito cientista social aplicado - Bom humor. Sorria.
![Twitter avatar for @diacronico](https://substackcdn.com/image/twitter_name/w_96/diacronico.jpg)
Lembra dos Daleks? - Agora não há mais como negar: é uma conspiração anglófona e quem negar é terraplanista anti-ciência e a favor do massacre de mulheres menores de idade que fumam maconha e fazem aborto na faixa de Gaza (tem como ser mais cruel?).
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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