História Econômica do Brasil. Fitas, Bolachas e Catataus. Super Gêmeos...ativar! Outros.
O próximo trem para o espaço parte às 17:43, horário de Brasília. Não se esqueça do bilhete.
Este é o v(3), n(6) da newsletter que, como sempre, surge do nada para te incomodar às quartas e sábados.
História Econômica do Brasil - Ainda tenho a esperança de que algum (ex-)aluno(a), um dia, fará uma monografia analisando a história do Brasil (pode ser com base nos últimos livros do Jorge Caldeira) sob o arcabouço teórico de Douglass North e coautores. Digo, usando a teoria das Ordens Primitivas, de Acesso Limitado e Livre. Por muitas vezes eu já comecei a rascunhar algo neste sentido, mas não passei de alguns slides para aulas.
Em português, uma exposição do modelo teórico foi feita pelo Bruno Salama. Em inglês, há os textos do Lee Alston (que desenvolve uma abordagem que eu chamaria de complementar à do North) no NBER e os livros do North e coautores (Violence and Social Orders e In the Shadow of Violence: Politics, Economics, and the Problems of Development, por exemplo).
Olha, seria ótimo termos mais gente estudando modelos econômicos de transição institucional sob a ótica de North, Alson ou da McCloskey (que já criticou o modelo de North, mas, enfim, ciência não se faz fechando a mente).
p.s. aliás, Lee Alston e Bernardo Mueller (UnB) publicaram um texto no NBER, em 2022, sobre direitos de propriedade com o famoso gráfico (famoso para meus alunos) que ilustra como a oferta e a demanda geram a criação de direitos de propriedade formais ou informais.
FiBoCa - Estou com saudades do Fitas, Bolachas e Catataus, o familiar FiBoCa, fonte de cultura e bom humor (sem falar nos malucos que frequentam a caixa de comentários). Dizem que estão reformulando o programa. Caso não se publiquem novos episódios a partir da próxima semana, eu mesmo vou incendiar umas estátuas de bandeirantes (acho que chamam de ‘terrorismo’ agora, não é?), vou destruir umas placas de vias com nomes de presidentes da era militar (acho que ‘terrorismo’ é o nome, não?), além de arranhar os carros dos três apresentadores do programa (acho que, aqui, não seria ‘terrorismo’, mas estou aberto a interpretações elásticas de conceitos (outrora) legais).
Ah, e já adianto que não aceitarei anistia. Anistia, só para meus amigos. Para mim, jamais. Podendo escolher, prefiro forca à cadeira elétrica (posso estar te manipulando, contudo…).
Super Gêmeos, ativar! - Houve um tempo em que eu era jovem (é, eu sei) e no qual saía com dois amigos para um bar, nas tardes de sábado. Nenhum dos três, à época, curtia futebol (acho que só eu recuperei este traço da cultura nacional) e, portanto, as conversas eram bem estranhas. Variavam de música clássica, passando por filosofia e terminando em cultura pop.
Um dos amigos tinha este perfil mais intelectual (hoje, inclusive, é professor de filosofia em uma universidade). Fazia Filosofia e curtia música clássica. Ganhei dele alguns LPs (‘bolachões’) com óperas de Wagner (as únicas que ouço…se bem que faz tempo…boa hora para…). Um deles tinha o famoso maestro Herbert von Karajan tocando o terror com a maravilhosa abertura de Os Mestres de Nuremberg. Que maravilha!
O outro, formado em Letras, trabalhava com traduções técnicas e tinha um perfil misto: trafegava bem na cultura popular tanto quanto na literatura e talvez fosse o mais animado dos três. Riso fácil e contagiante e sempre prometia se exercitar (e nunca cumpria tal promessa).
O terceiro era uma versão mais jovem (é, eu ainda sei) de mim mesmo. Naquele tempo (disse Jesus aos palmeirenses e coríntios), eu tentava me tornar uma pessoa mais culta e lia como um louco (mas não escrevia nas paredes, como Dr. Mabuse…). Portanto, estes dois amigos eram perfeitos porque, além de muito mais rodados na literatura e nos filmes, ainda eram, claro, excelentes amizades.
Pois bem. Eu falava do bar. E também das tardes de sábado.
Numa delas, lá estávamos comendo uma porção de carne de sol com mandioca (naquele tempo, era mais saborosa, pequenos cubinhos, aquela cor escura da carne de sol…hoje não se acha mais assim, o mundo acabou…) e tomando uma(s) cerveja(s). A conversa, como já disse, era rica em conteúdo.
Foi então que eu e o meu amigo mais pop começamos a falar de desenhos animados (já falei que adoro uma TV?). O outro, com um ar de esnobe afetado (algo sarcástico), soltou algo como: “- Eu não vejo estas coisas, não sei do que falam’.
Claro que não lhe demos a menor pelota e ele mesmo fazia uma ou outra incursão na conversa que girava em torno de desenhos da infância (é, eu sei, eu sei…). Surgiu, pois, o desenho dos Superamigos. Discutíamos as diversas fases deste famoso programa, seus absurdos, os vilões mais exóticos, os ajudantes dos heróis (hoje são chamados, por aqui, de sidekicks, que, aliás, também era o nome de algum aplicativo de computador, só que chamado de sidekick que eu usava muito…).
Foi aí que o inesperado aconteceu. De cabeça, foi mais ou menos assim:
“- E aqueles dois, heim? Zan e Jayna?
- Pois é, muito legal. Como é que se transformavam?
- Falavam: “super gêmeos…”
Nós dois fizemos os gestos (aproximação dos punhos) quando, o nosso filósofo soltou um:
“-…ativar!!”
Espantados, olhamos para ele e caímos todos na gargalhada. Nosso comentarista de Schopenhauer, admirador de Hegel também conhecia o mundo da cultura pop. A conversa no bar liberta…
Qualis da Economia - O Leo Monasterio fez algumas considerações sobre este Qualis. Seu texto está aqui. As distorções que ele aponta (não aponta a totalidade, mas uma amostra) mostram que não há como não revisarem o Qualis. Também aponta para a importância de maior transparência de facto no processo. Sim, vale a pena ler o texto dele.
Imposto de Renda - Nem ‘fake’, nem ‘true’.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
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