Geração Nem-Nem e Governo Nem-Nem - Vida que segue - Clube dos Cafajestes
Não precisava ser assim, mas assim será feito.
Eis o v(3), n(42). Chegou antes que pudéssemos ir para mais uma rodada do campeonato de pebolim com os amigos. Quem diria!
Geração Nem-Nem e Governo Nem-Nem - Conforme este ótimo resumo do Celso Ming (https://lnkd.in/dbTNBBNQ), a geração 'nem-nem', bem poderia ser alvo de algum projeto de desenvolvimento de longo prazo. Quem poderia discordar? Só que entre os holofotes e a mão na massa há um fosso imenso.
Está claro que, como o problema não surgiu a partir de mudanças do modelo educacional (ele, aliás, não muda, profundamente, há muito tempo), é preciso agir. O problema é que a burocracia governamental sofre com incentivos ruins que também a tornam uma burocracia 'nem-nem' (nem é ágil e nem resolve o problema). Isto quando não avalia as políticas públicas e, diante do resultado negativo, segue mantendo-as sob algum outro argumento.
O articulista faz bem em coletar algumas sugestões com especialistas. Uma delas, inclusive, é bem clara: não adianta criar programas e mais programas para os jovens se eles não estão em consonância com o mercado de trabalho. Eu acrescentaria: muito menos ajuda um discurso que demonize 'os mercados' e, por consequência, as trocas voluntárias.
Estamos diante de choques tecnológicos importantes (como a automação e as novas ferramentas de IA aplicadas à elaboração de textos) em um país em que a mão de obra é cara e pouco produtiva (isto sem falar nos sucessivos maus resultados no PISA e outros exames internacionais similares).
Experimentações em modelos de ensino são o oposto de se forçar padrões únicos em diferentes escolas/faculdades. Lamentar-se e culpar a sociedade, o capitalismo, o mercado ou a CIA é o oposto de estudar o problema (vários economistas já estudam a geração nem-nem há anos) e agir (a hesitocracia é um vírus que infecta várias esferas de governo e há quem ganhe com isto, claro).
Diante da realidade atual, em que o fechamento das escolas por dois anos diminuiu a renda futura dos estudantes (https://lnkd.in/dD9uSK_V), o sentido de urgência deveria ser muito maior do que o que se observa, na prática. Afinal, uma coisa são discursos e, outra, ações. O boleto virá e a sociedade e o governo pagarão a conta em muitas prestações que não me parecem lá muito suaves...
Vida que segue - Expressão cuja idade desconheço: ‘vida que segue’. Sempre tive a impressão de que fosse recente, coisa dos últimos 10 ou 15 anos. Posso estar enganado. Geralmente estou.
Andando pela rua, noto que suas calçadas estreitas e a insegurança que o relaxamento que a sociedade aceitou no combate ao crime (sim, aceitou, pois votou e não protestou com a devida intensidade) colaboram para que somente eu e mais uns poucos aproveitemos o sol da manhã.
Esta audiência reduzida para a maravilhosa combinação de obras humanas e divinas faz com que surja uma certa intimidade (qualquer sociólogo minimamente estudado sabe disto) o que nos dá, frequentemente, umas trocas de cumprimentos. ‘Bom dia’, diz a senhora com seu cachorrinho. ‘Bom dia’, digo eu. E, sim, vida que segue.
Nem sempre vamos encontrar as mesmas pessoas (principalmente se você for uma pessoa com uma rotina menos determinista (e não ‘determinística’, como me ensinou um grande mestre).
Sigo caminhando e pensando nestes assuntos vagos. Vez por outra vem-me uma preocupação pessoal ou profissional, logo empurrados para algum rincão da terra dos pensamentos por algum pensamento menor.
A caminhada terminará em algum momento porque ninguém é tão andarilho assim. É preciso parar e repor as energias. Sempre me incomoda que não tenha comigo aqueles tocadores de ‘mp3’ do início do século. Eram muito melhores e mais econômicos do que estas nuvens, cujo acesso demanda algum gasto.
De fato, ainda tenho o meu tocador de mp3. Pena que sua capacidade de armazenamento seja tão reduzida. Há também o incômodo de que não é seguro sair por aí com um fone de ouvido maior (destes que fazem menos mal à saúde), pois…eu já falei da insegurança relativa aos assaltos?
Notas - Vários grupos apresentaram trabalhos nas disciplinas. Vários e de qualidade variada. Nenhum deles me encheu os olhos de lágrimas a ponto de merecerem o total (o famoso 10 ou 100%). Alguns chegaram perto. Outros, nem tanto. Tenho sido generoso - mais do que deveria, creio - porque sempre penso que há, ali, um primeiro momento de experiência.
Obviamente, uma coisa é o sujeito que apresenta um trabalho pela primeira vez, na faculdade. Outra é o sujeito que está no meio ou no final do curso e já passou por isto antes. Não é admissível que alguém apresente algo de forma tão descuidada estando nos últimos períodos do curso.
O professor precisa pensar em incentivos que, de fato, exijam do caboclo um pouco mais de empenho do que o que sua preguiça lhe impõe. É o que farei, nos próximos anos. Preciso ajudar os alunos a se transformarem em estudantes. É o que fazem bem feito que lhes acrescenta valor ao diploma.
Eles contarão comigo, claro, embora nem sempre entendam corretamente o que ocorre.
Narrativas - O cara que diz que tal coisa é só uma questão de narrativa pode ter sua fé neste ‘argumento’ testada. No dia em que a mãe dele falecer, ele poderá dizer se, de fato, é tudo uma questão de narrativa.
Clube dos Cafajestes - Eis um clássico que eu nunca havia assistido…até recentemente. Estas comédias da National Lampoon variam muito em qualidade. A série Férias Frustradas, com Chevy Chase, em geral, são sensacionais. Já o Clube dos Cafajestes tem seus momentos, mas a história é tão caótica que, o tempo todo, fica-se sem saber o que está acontecendo.
É engraçado ver Kevin Bacon muito novo fazendo um papel menor e John Belushi fazendo o papel…de John Belushi.
Unabomber - Morreu. Antes ele do que eu. Um terrorista a menos no mundo. Não é porque o terrorista é anti-governo que vou gostar dele. O sujeito matou gente que é sempre, para estes psicopatas, um collateral damage. Osama Bin Laden pensava assim também. São todos igualmente detestáveis.
Hara - A barriga, do harakiri. Onde, exatamente, ela se localiza? Um pouco sobre isto aqui.
Até semana que vem!
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler! (*)
(*) “até mais ler” foi plagiado do Orlando Tosetto, cuja newsletter, aliás, você deveria assinar.
Caso queira compartilhar, clique no botão abaixo.
Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico geralmente às quartas. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00 + valor do seu tempo para apertar o botão subscribe com seu endereço de e-mail lá…) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.