Doutor Palhinha Sem Tempo Para Morrer. Empreendedorismo. Papagaios Me Mordam!
Doutor Palhinha encontra o Inspetor Columbo!
Um insólito encontro abe o v(2), n(20) da newsletter, marcando a volta do Dr. Palhinha neste início de 2022. Alguns achavam que ele tinha ido à Ucrânia, em missão humanitária. Ledo engano. Tem outros assuntos? Tem, sim senhor!
Doutor Palhinha Sem Tempo Para Morrer - O assinante mais novo pode não conhecer o doutor Palhinha, personagem criado por Alexandre Soares Silva. Bem, ele é um detetive que resolve casos usando preconceitos e estereótipos.
Tem aparecido por esta newsletter em várias ocasiões. Seu último caso - arquivado nas pastas hot files da polícia de Taubaté foi o roubo do dragão de jade. Até um certo antepassado seu já foi alvo deste que aqui redige esta cartinha.
Mas o doutor Palhinha (aqui referido indistintamente como Dr. ou doutor) tem casos que vão além da investigação criminal. Digo, ele tem, obviamente, uma vida além das investigações. Faz xixi (às vezes, bem, atrás do muro da delegacia), compra na padaria do seu Zé, lê jornais e, claro, encontra outros detetives.
Sobre isto, aliás, houve o dia em que, acidentalmente, encontrou o famoso inspetor Columbo (aqui referido indistintamente como detetive ou inspetor). Não é todo dia que um crossover como este acontece. Foi num dia de março, em Taubaté. O sol ainda não estava em seu momento mais quente e Dr. Palhinha tomava um café na padaria do seu Zé quando viu, numa mesa isolada, no canto, aquele que suspeitou ser o famoso inspetor.
“- Ué, moço. Bom dia.
- Bom dia.
- O senhor não sente calor com este casacão não?
- Oh, yes, claro.”
Columbo se levantou, tirou seu surrado (surrado não, surradíssimo!) sobretudo, dobrou-o desajeitadamente e o colocou sobre o assento da cadeira de madeira escura e velha que, como todas na padaria do seu Zé, não reclamariam se alguma limpeza lhe fosse proporcionada (se cadeiras pudessem reclamar…).
“- Moço, o senhor não é daqui. O povo de Taubaté não é bem assim…
- Oh, yes. O senhor está certo. Eu sou norte-americano. Vim dos EUA. Como já fui dublado aqui, falo um pouco de sua língua mas, olha, de quando em vez, escorrega…
- Escorrego.
- Isso. Escorrego nas desinências e em outros aspectos do português.
- E o seu nome?
- Oh, yes. Columbo. Quase me esquecia. E o seu?
- Honório Palha de Godoy, mas pode me chamar de Palhinha. Sou detetive e, pelo seu casacão surrado e seu jeito de olhar…
- …sou inspetor de polícia. Lá de Los Angeles. Como adivinhou? Usou algum truque nesta nossa conversa?
- Não, é que eu assistia muito o seu programa na TV. Desconfiei mesmo que era o senhor…”
O diálogo entre os dois começou bem. Dr. Palhinha e o Inspetor Columbo pareciam se conhecer há anos. De certo modo, isto era verdade, embora eu não saiba explicar exatamente como um personagem de um conto de um livro conseguiu assistir a um seriado da TV que nem reprisa mais (se bem que outro dia, na RBTV, eu vi um episódio do Columbo, mas eles mudam muito a programação…). Talvez seja uma coisa da ficção, veículo da criatividade humana para mundos tão insanos e fantásticos quanto a monótona rotina em que todos os dias são como a segunda-feira.
Animados, os dois investigadores debatiam alegremente sobre os casos resolvidos. O que doutor Palhinha havia planejado como um café com um pão com queijo quente tinha se transformado em vários cafés, uns sanduíches de presunto e até um caldo de cana (o que, aliás, era novidade para Columbo).
“- O senhor tem um método incrível, Dr. Palhinha!
- Ah, moço! Incrível é você! Este troço de sempre começar com os telespectadores saberem que matou realça a solução dos seus casos.
- Oh, imagina. Isso nem chega perto de seu método…”
Ao doutor Palhinha agradava o fato de que tanto ele como Columbo usavam sobretudos surrados, além de resolverem casos os mais exóticos que o mundo detetivesco já havia visto. Já o inspetor Columbo ficou maravilhado com a garapa, o famoso caldo de cana, que, na padaria do seu Zé, era um sucesso de vendas (a despeito das cadeiras engorduradas e mesas com toalhas rasgadas).
“- E agora, seu Columbo? O senhor fica aqui até quando?
- Oh, eu não sei.
- Bem, o senhor é norte-americano e é inspetor. Provavelmente gosta de donuts e toma café em padarias como esta. Sendo norte-americano, deve ser mais cuidadoso como horários e com o planejamento que um latino-americano. Contudo, ficou aqui, comigo, como se estivesse despreocupado com o tempo, deve estar querendo descobrir algo.
- Ah sim, só mais uma coisinha (just one more question), seu Palhinha.
- Claro, como não!
- Onde é que compro um picolé de milho verde?
- Ora, seu Columbo, só me acompanhe, que já lhe mostro! Não esqueça seu casacão!
- Let’s go, pal!”
Doutor Palhinha não tem mesmo tempo para morrer. Afinal, é um encontro com o Detetive Columbo, né? E não é todo dia que o taubateense presencia o encontro de dois gigantes do mundo investigativo. Deu até vontade de rever o Assassinato Por Morte (Death by Murder), não deu?
A história do Brasil, desde 1500 (e antes) em uma figura - Ideia do Leo Monasterio, feita pelo Marcelo Oliveira, adaptando uma famosa tirinha.
Quem poderia dizer que não é assim, né?
Papagaios me mordam - Este aí parece comigo quando ganha livro novo. Ou com o Sabino, quando descobre que ninguém tem uma história mais triste que a dele. Ou com o André, quando pula na piscina. Ou com o Rafael, na antessala, aguardando a banca de doutorado lhe dar a nota final. E assim por diante.
Escolha, você mesmo, sua legenda.
Empreendedorismo - O Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) foi criado pela Endeavor e, desde a última edição, é feito em parceria com a Enap. Em meio a esta parceria, ampliou-se a amostra para a dos 100 municípios mais populosos.
Nesta edição, ICE 2022, outra mudança ocorre. A partir de agora, o ‘ICE t’ refere-se sempre à realidade analisada em ‘t-1’. Passa-se a usar a mesma lógica de outros índices como, por exemplo, o de liberdade econômica do Fraser Institute, em que a edição do ano ‘t’ diz respeito sempre ao ano ‘t-2’.
De todo modo, dia 16/03, pela internet, você poderá assistir ao lançamento do ICE 2022 e saber mais detalhes como é feito o índice e sobre o estado do empreendedorismo nas 100 mais populosas cidades do país.
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O tema do empreendedorismo, ao menos teoricamente, merece um ensaio maior. Quem sabe, no futuro?
Efeito Peltzman e descarte de plástico - Interessante artigo, na Economic Analysis of Law Review, em português, sobre o efeito Peltzman. Um mérito do artigo é chamar a atenção para que se analise, empiricamente, o impacto de uma lei.
No caso, não há uma análise econométrica, mas, ainda assim, os autores fazem um belo trabalho de análise de legislações estaduais e municipais, especificamente, sobre embalagens de agrotóxicos e de plásticos descartáveis. Acho que é uma pesquisa que mereceria um complemento com mais dados.
Candidatos?
Mercados funcionam - O governo da Ucrânia tem uma proposta irrecusável.
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Criptomoedas - Um dos candidatos à presidência da Coréia do Sul tem uma plataforma cripto-friendly. Será mesmo que…?
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Barbárie jihadista ou preservação da história? - Pois se há um grupo que merece ser chamado de negacionista, digo eu (algo arrogantemente), é o grupo dos que desejam negar o passado queimando estátuas, destruindo patrimônios da humanidade ou queimando documentos antigos.
A gente fica feliz quando vê que a tecnologia e o empenho de gente que não se deixa levar por estes momentos quadrúpedes que, vez por outra acomete a humanidade (neste caso, nem com máscara evita-se a loucura…). É o caso dos manuscritos de Timbuktu, por exemplo.
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O passado às vezes te condena, mas sempre te ensina. Não é porque ele desagrada que você deveria destruí-lo. Bom, eu penso assim.
A diferença entre as russas e as ucranianas - Por uma ucraniana. Em português luso.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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