Conversas movem o mundo. Reciclagem. Charter Cities para quem precisa. Juó Bananére encontra Elon Múski. Outros.
Faz o TCC, Rebeca!
Eis nossa newsletter em seu v(2), n(42). Tão clean como lojas da franquia The Coffee (a loja não pagou pela propaganda e, talvez algum dos franqueados lendo isto aqui, pense que pode não ser uma boa idéia me patrocinar. Ou não, pode ser que goste do meu estilo e, quem sabe, que valho a pena. Vai saber…).
Conversas - Encontra-se uma pessoa em um estabelecimento e, por algum motivo, inicia-se uma conversa que se mostra muito agradável de forma que se pensa em como poderia ser uma boa ideia passar por ali regularmente para se ter uma experiência similar de quando em vez. Talvez até mudar-se definitivamente para uma residência mais próxima do estabelecimento só para ter conversas matinais agradáveis.
Subitamente, a pessoa morre ou parte para outras aventuras e tudo o que se planejou torna-se sem sentido e há uma tristeza que dura um tempo até que, no mesmo local, novas conversas com novas pessoas equilibram um pouco a sensação da perda original e novas possibilidades de boas conversas dão nova cor ao coração.
Conversas movem o mundo e, eventualmente, a partir dela, inimigos e amigos surgem, muitas vezes, com transmutações de uns em outros.
p.s. É transmutação mesmo que fala, Aurélio?
Reciclagem, Choques Tecnológicos e Choques Institucionais - Em nosso quadrágesimo número deste segundo volume da newsletter, falei da questão dos créditos de reciclagem, uma inovação institucional importante para resolver um problema de externalidade negativa (poluição) e também minorar os efeitos da pobreza.
Sem mencionar o novo marco institucional, esta matéria do Estadão fala de como o choque tecnológico facilitou a vida dos envolvidos em reciclagem. Uma ONG afirma que a renda de alguns catadores (usuários do aplicativo Cataki) teria se elevado em 64%, embora não explique como isso teria ocorrido (ou mesmo o quanto dos 64% são, de fato, por conta da tecnologia). Gostaria de acreditar nos 64%, mas o site da ONG não é muito esclarecedor neste aspecto.
De todo modo, é mais uma notícia que mostra como a dinâmica de solução de problemas como o de externalidades negativas passa por empreendedorismo, choques tecnológicos e choques institucionais.
Parece disco quebrado, mas não custa repetir: a produtividade é importante, goste-se ou não dela. Obviamente, o progresso material, objeto final do desejado aumento da produtividade, não pode ser pensado sem seus aspectos institucionais porque, bem, uma sociedade menos rent-seeking gera menos perdas para a sociedade.
p.s. Neste sentido, ocorre-me um bom exemplo que é a crítica mordaz de Joaquim Manuel de Macedo à política em nosso império feita em A carteira de meu tio (cuja parte final está aqui e a inicial você encontra fácil, no mesmo endereço).
Ali, o autor de A moreninha reclamava bastante do progresso material, mas não porque fosse um destes que desprezam as mudanças. Seu tom, ao longo do livro, é sempre crítico à corrupção e à falta de respeito à Constituição. Instituições importam? Para ele sim. E para nós, também.
Sim, o livrinho do Joaquim Manuel merece uma leitura. Bom passatempo.
Governança Radical e Charter Cities - Finalmente publicado meu estudo em coautoria com Isabela sobre a economia política das jurisdições especiais (não confunda com arranjos produtivos locais ou com cidades inteligentes). Está em um relatório composto de três capítulos: o nosso, o do Luiz Ricardo e um último de Daniel Fernández e Olav Dirkmaat.
Ao contrário de muitos textos apologéticos sobre o tema, o relatório apresenta uma análise ‘pé no chão’ das charter cities. Aliás, a publicação já estava em fase de diagramação quando veio a notícia de que o novo governo hondurenho teria dado um duro golpe na vitrine das charter cities, Próspera, o que reforça um pouco a importância de se pensar em como estes arranjos devem ser concebidos e construídos. Charter cities devem ser robustas, ou terão vida curta…
De todo modo, o leitor que gosta de aspectos mais acadêmicos deste tema não deveria deixar de ler os artigos do novíssimo Journal of Special Jurisdictions. Aliás, Fernández e Dirkmaat - os autores de um dos capítulos mencionados - publicaram um artigo no último número deste periódico, sobre Próspera.
Acho esta agenda de pesquisa, a despeito das decepções, interessante.
p.s. Este texto do Maxwell Tabarrok sobre o modelo interland é um ótimo complemento ao que foi dito aqui.
Juó Bananére encontra Elon Múski - O Elon Múski é uno signore chi gosta d’inventá moda prá cima de tutta gente. S’immagine che, logo dispoza da foto dele com o presidentimu, elli entró p’ro mio saló chi ia fazê a barba i cortá o cabello.
‘- Eh! Signore Bananére, io vim p’ra fazê a barba i cortá o cabello chi migna foto com o capitó non foi bunitta!
- I como corto o cabelo, signore Múski?
- Appara us lado e pica bene atrás.
- Uh! Ha, ha! O signore chi manda! Visita u Brasile sempre?
- No, no. Prima vez nu Brasile.
- U signore é mio primeiro frigueiz do affricano.
- Molto bene! Io gyá disse chi també viaggo p’ru ‘spaço sideral?
- ‘Spaço sideral, Brasile, che billeza!
- Má Bananére! Inda agora io vô aconvidá o signore p’rá ir no ‘spaço sideral!
- Eh! Molto grato! Evivva o signore Múski, inventore du intomobile inlétrico e cosmonauta!!
- Grazie! Grazie!
- O signore vota em Bananére pr’a presidentimu?
- Uh! Sí! E o signore fica comigo pr’a dar alpiste pr’u Tuítêre?
- Giustizia adianti di tutto! Tamo gyunto!
Así che io terminei u corte do ‘stronauta Múski, illo mi pagó o serviço com ‘bitkóin’. Má io ‘sperava solo uno ‘pi’chis’. Che inscunhambaçó!
Así che illo pegô o intomobile inlétrico e me levó pr’a tomá zervegia no Brás. Eh! Mandê buscá duo duzzia de zervegia. Múski viró mio inletore e Io vô abri uno perfil da barbearia no Tuítere. Eh! Aora si che stá diretto!!
Non si faccia di besta, vota Bananére presidentimu! (#juobananerepresidente)
A ordem dos fatores… - Altera o produto? Acabo de descobrir que minha desconfiança quanto à ordem da escrita dos ideogramas ser algo muito real tinha fundamento. Pouco se fala disso, eu acho e, imagino, na escrita caligráfica mais artística, isso pode fazer uma certa diferença...
Um exemplo de enlouquecer é a ordem do ideograma que usamos para ‘com certeza’, em japonês, kanarazu (必ず). O kanji, no caso, cobre as sílabas ka.na.ra (必). Veja as diferenças na ordem da escrita entre o estilo tradicional chinês, o usado na China atual (e em Hong Kong) e no Japão, aqui.
Aliás, imagine um curso de caligrafia na China (no Japão) com um intercambista japonês (chinês) brigando com seu professor chinês (japonês) na revisão da correção. Daria uma boa piada, não?
Mas, como sou um sujeito muito mal humorado, isto aí é motivo para conflitos armados. Defendo a ordem dos traços que aprendi. Às armas!
Bryan Caplan e Richard Hanania - Não assisti ainda, mas se você quer uma conversa inteligente, certamente encontrará aqui.
A Samoa ser coisa nossa - Não é, Fritz? Deixe a Frida saber disso…
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Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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