A felicidade e a tristeza. O significado das coisas. Eu e minha Circunstância. Outros.
Já deu a maricotinha hoje?
O v(2), n(65) chegou. Mesmo que você não queira, ele chegou. É a vida. Acostume-se.
A felicidade e a tristeza - Intrigado, pôs-se a pensar - algo desorganizadamente - sobre o que fazer com estas irmãs gêmeas da literatura, das artes e, claro, das pessoas. Deveriam a felicidade e a tristeza permanecerem guardadas em um cofrinho no coração ou deveriam ser extravasadas? Esta era a pergunta que o atormentava.
Colocou os tênis, a bermuda e a camisa do time e saiu para caminhar pensando nesta questão. Caminhou, caminhou e parou para um café. Lembrou-se do que, certa vez, dissera-lhe sua amiga Cleopatra, resolutamente (Cleopatra era sempre resoluta): ‘cada um é cada um’.
Mesmo filtrando a resolução exagerada de sua amiga - afinal, é da natureza humana que trata a questão - o dito pareceu-lhe razoável. Talvez, ponderou, até devêssemos pensar estrategicamente e guardar ou expressar a felicidade e a tristeza conforme o contexto e as pessoas do entorno.
Satisfeito com sua emenda ponderada à afirmação peremptória da amiga, sorriu discretamente. O café, agora, parecia-lhe mais amargo, sem nenhum motivo aparente. Apressou-se a terminá-lo, levantou-se e voltou a caminhar. Passou pela felicidade, que vinha em direção contrária, sem percebê-la. A felicidade ainda tentou um flerte rápido, mas o distraído apenas caminhava olhando para o céu, refletindo sobre sua pergunta.
Quase trombou na tristeza, que, desanimada, estava sentada no degrau da escada ao final da quadra. Desculpou-se e seguiu a caminhada. Ao chegar em casa, colocou a mão no bolso e notou que, junto com a nota fiscal do café, havia um guardanapo com um número de telefone. Ainda preocupado com sua abstrata questão sobre a felicidade e a tristeza, amassou o guardanapo e o deixou sobre a mesa ao lado de umas embalagens de plástico de balas.
Um pouco mais tarde recebeu mensagem da felicidade no celular convidando-o para um chá. Como estava ocupado pensando em sua amada questão (a esta altura já estava apaixonado pela questão, sonhando em viver com ela para sempre em alguma casa à beira-mar, numa praia da Bahia), não deu muita bola.
Passou o resto do dia filosofando sobre a questão, fazendo-lhe uns cafunés e até conversando com ela sobre alguns seriados novos. Lá pelo início da noite, percebeu que a questão se desmanchava e que, aos poucos, desaparecia. Até tentou, como último recurso, convidá-la para um vinho, mas a questão - irresolvida ou não - já não se fixava fora de sua mente, no ambiente. Podia-se dizer que já era parte da paisagem. Do tudo e do nada, mas não mais, paradoxalmente, dele.
Sentiu-se só e lamentou-se que não lhe davam bola. Não experimentava, naquele momento, felicidade ou tristeza. Só uma certa apatia. Olhou a lua pela janela e pensou que seria uma boa idéia fazer nova caminhada na manhã do dia seguinte.
Humor - Chego em casa com o humor não tão em alta assim. Daí dou de cara com esta pérola de Max Nunes e…como não rir?
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Máfias de Chicago - Eis um belo mapa. Imagine algo similar no Brasil…
Selmocast com Beto Queiroz - Gosta de literatura? Eu entendo muito pouco de literatura e, portanto, sempre tento pegar algumas dicas com quem sabe. Beto (Adalberto) Queiroz é um poeta goiano (cuja news eu sempre recomendo). Agora é também da Academia Goiana de Letras. O homem não é fácil não.
O significado das coisas - O significado das coisas é como um tio baixinho, gordo e careca que vive andando por aí, de paletó e gravata, intrometendo-se nas conversas dos outros. Ele evita entrar em brigas, mas sua curiosidade é imensa.
Você está ali, discutindo o resultado da partida futebol do seu time e, pimba, ele aparece de surpresa, todo sorridente e daqui a pouco o colorido da conversa se perde com sua curiosidade sobre o significado do impedimento.
O significado das coisas é, também, ousado e democrático. Ele se mete em qualquer conversa, sobre qualquer assunto a qualquer momento. Há de se estar alerta.
Outro dia, em meio a um colóquio filosófico, resolveu, algo narcisisticamente, interpelar os debatedores sobre si mesmo e o debate se transformou numa confusão já que ninguém sabia mais se era uma questão ontológica ou antropológica (ou mesmo mitológica) a do significado das coisas.
O significado das coisas é assim mesmo (já mencionei o paletó e a gravata?). Com poucos amigos, vive de sua imensa curiosidade, mas não é exatamente o sucesso das festas. Ajudaria se ele perdesse uns quilos, disseram-lhe. Mas a verdade é que ninguém aguenta uma conversa com ele por muito tempo.
Mas eu não estou sendo preciso. Há um único que se entretém em conversar com ele. É seu rival, o ‘resposta para tudo’ (que, mais descolado, só anda de sandálias, bermuda e camisas de times de futebol). Encontre-os numa festa, pegue a pipoca e fique em um canto estratégico: eles sempre travam um duelo épico.
Eu sou eu e minha circunstância - Comprou uma cadela e deu-lhe o nome de ‘Circunstância’.
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O problema é que Circunstância adora passear e faz suas necessidades sempre na árvore em frente da casa do vizinho. Contudo, seu dono nunca se furta à responsabilidade de recolher as fezes da Circunstância. Nem a lhe dar banhos.
Faminta, louca para interagir com outras ‘circunstâncias’ ou mesmo quando se sente ameaçada, Circunstância late e, sim, às vezes morde.
Salman e o povo - Eu diria, Barbara, que há evidências de que muita gente que até assina manifestos pela democracia não é tão democrata assim.
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Tomara que o escritor não venha a falecer.
Hitler foi ali… - …conquistar a Europa e conseguiu derreter a liderança científica dos alemães no mundo. Este é um dos aspectos que une migrações e discriminações. Veja mais neste artigo da Explorations in Economic History.
Música original - Gustavo Eda é o filho que eu não tive. Mas é também o professor de canto japonês que tive e que me ensinou a corrigir vícios, participou comigo do incrível ‘Yayu Fish em BH’, no ano do grande tsunami. Por óbvio, ajudou-me a começar a escrever meu papel na história da música folclórica japonesa praticada por aqui.
Agora, legal mesmo é que ele compõe músicas (não só em japonês como é o caso do vídeo) e…veja aí.
Quem disse que não existem músicas belas ou bom gosto musical? Encerramos hoje em altíssimo estilo. Até quarta.
Por hoje é só, pessoal e…até mais ler!
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Talvez você seja novo por estas bandas. Rapidamente: publico duas vezes por semana, geralmente às quartas e sábados. Eventualmente há algumas edições extraordinárias. Assinar (custo = R$ 0.00 + valor do seu tempo para apertar o botão subscribe com seu endereço de e-mail lá…) me ajuda bastante. A temática? De tudo um pouco. Confira os números anteriores aqui.
Boas lives precisam ser divulgadas :)
Dileto SHIKIDA San, obrigado pela amável citação.